DA REDAÇÃO
Famílias ligadas ao Movimento de Atingidos por Barragens fizeram uma manifestação, nesta terça-feira (24), no município de Porto Grande, cidade a 105 quilômetros de Macapá.
Os moradores, a maioria pescadores, fizeram uma caminhada até a sede da Promotoria de Justiça da cidade.
Eles cobram o cumprimento de condicionantes acertadas com a empresa Cachoeira Caldeirão para reparar danos sociais e ambientais causados pela operação da empresa. Um dos efeitos mais conhecidos foi a mortandade de peixes no Rio Araguari.
Segundo a direção do movimento, dinheiro das medidas, que deveria ser aplicado em Porto Grande, acabou indo parar em Macapá.
Um exemplo foram R$ 750 mil que acabaram sendo utilizados na compra de um gerador para um hospital da capital. R$ 1 milhão teriam sido utilizados para a aquisição de viaturas da Sema e Imap; e R$ 250 mil para uma fábrica de gelo.
“Era para serem aplicados em Porto Grande, houve desvio. Estamos pedindo prestação de contas e que esse dinheiro retorne para beneficiar os atingidos. Ia ser construído um Super Fácil aqui em Porto Grande e foi desviado”, comentou o diretor do movimento, Moroni Guimarães.
Uma das condicionantes beneficiava a Colônia de Pescadores de Porto Grande. O total de convênios soma R$ 18 milhões. R$ 490 mil deveriam ter sido utilizados na construção da sede da colônia, segundo Guimarães.
O movimento quer que o MP investigue a aplicação dos recursos pela empresa, que ainda não se posicionou sobre o assunto. O grupo foi recebido pela promotora Amanda Uchoa.