Fieap: Justiça anula eleição e determina um novo processo em 45 dias

Chapas inscritas alegaram irregularidades no processo iniciado pela direção da federação
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SELES NAFES

A 1ª Vara da Justiça do Trabalho cancelou o processo eleitoral iniciado pela Federação das Indústrias do Amapá (Fieap), e determinou a organização de um novo pleito dentro do prazo de 45 dias. A decisão, publicada na última terça-feira (17), atendeu pedido foi feito por duas das três chapas inscritas.

A juíza que analisou o caso decidiu que uma comissão formada por três pessoas irá reorganizar todo o processo. Representantes de chapas acusavam a comissão eleitoral de ter impugnado inscrições sem justificativas, entre outros motivos.

A nova comissão é formada por um interventor e dois advogados indicados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A comissão definirá regras e a data do pleito.

A Federação das Indústrias do Amapá passa por uma crise que começou há cerca de 6 anos, e atingiu seu auge na disputa entre as deputadas Telma Gurgel (PRB) e Jozi Araújo (Podemos).

Episódios com direito a vias de fato e uma guerra de liminares terminaram com uma intervenção da CNI no Sesi e no Senai, as extensões que cuidam do ensino e do serviço social da entidade.

A intervenção, que ainda não acabou, descobriu rombos e uma enxurrada de irregularidades. Hoje, Sesi e Senai são administrados de forma isolada da Fieap, que sobrevive de um repasse mensal de aproximadamente R$ 60 mil. O recurso é utilizado na manutenção do prédio, no Centro de Macapá, e no pagamento de pessoal administrativo.

A entidade continua sendo presidida pela deputada federal Jozi Araújo, que não deve concorrer à reeleição, mas terá representantes numa das chapas, entre eles um irmão e um ex-motorista. As outras chapas são ligadas ao setor madeireiro e da construção civil.

A chapa apoiada pela atual presidente chegou a ser inscrita, mas, com a decisão no último dia 17, todo o processo foi zerado.

Esta semana, ela foi denunciada à justiça pelo Ministério Público Federal, acusada de fraude na formação de sindicatos para viabilizar sua eleição na federação, e por um suposto rombo de R$ 300 mil nos cofres da entidade. 

Notificação

A defesa da deputada federal disse ao portal SELESNAFES.COM que só será possível se manifestar sobre o conteúdo da denúncia quando a Jozi Araújo for notificada oficialmente.

“É surpreendente. Me parece mais algo requentado. Lamentavelmente, em todo o Brasil, o MP formula uma denúncia, e antes mesmo de ser apresentada ao Judiciário já cai na imprensa como se fosse algo julgado”, comentou o advogado Alcir Oliveira.

Sobre a eleição na Fieap, ele lembrou que, historicamente, o processo costuma ser conturbado, mas negou que a deputada tenha algum interesse. 

“A deputada está afastada da Fieap desde 2014. (…) Somos favoráveis ao processo eleitoral, mas há regras. Ninguém consegue ser candidato se não tiver o título de eleitor na hora de inscrever. As regras precisam ser cumpridas”, ponderou ele, referindo-se à situação das chapas que foram impugnadas. 

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