OLHO DE BOTO
Um homem se apresentou à Polícia Civil, nesta quarta-feira (18), assumindo ser o dono do armamento encontrado no início do mês de abril, na zona norte de Macapá. A polícia não revelou sua identidade, de acordo com o delegado Coelho, para não atrapalhar o prosseguimento das investigações.
Em depoimento, o suposto dono do arsenal alegou que as armas longas seriam usadas para caça. A versão, porém, é contestada pelo delegado.
“Acontece que a arma está modificada e ele não possui nenhuma documentação”, disse Coelho.
O restante das armas, segundo o homem, teriam sido adquiridas como garantias de empréstimos. Ele não quis revelar o nome de quem lhe repassou o armamento.
O delegado Ronaldo Coelho explicou que o depoimento do suposto proprietário não encerra as investigações. As armas ainda estão sendo periciadas e os laudos também ainda não estão prontos.
“Confirmado que uma dessas armas tenha sido usada em um dos homicídios que ocorreram em Macapá recentemente, será pedida sua prisão”, destacou o delegado.
O caso
No dia 4 de abril, uma ação conjunta entre três delegacias da Polícia Civil do Amapá realizou a maior apreensão de armamento e munição registrada no Estado. A força-tarefa localizou em casas nos bairros Ipê e Renascer, ambos na zona norte da capital, um total de 7 armas de fogo e outros materiais usados em ações ilícitas. As residências estavam aparentemente abandonadas.
A lista de apreensão compreende:
– 2 pistolas Taurus ( ponto 40 e 380);
– 02 revólveres: um 38 Taurus (3 e 4 polegadas);
– 01 espingarda calibre 12 Baikal;
– 01 carabina de pressão com luneta Rossi (modificada para calibre .22);
– 01 arma de fabricação caseira (calibre 36);
– 27 cartuchos, sendo 40 intactos;
– 32 cartuchos de 38 intactos e 08 estojos de mesmo calibre;
– 30 cartuchos de 380 intactos;
– 39 cartuchos calibre 22 intactos;
– 23 cartuchos calibre 12;
– 01 balança de precisão;
– 01 colete balístico da empresa Vigex;
– 02 placas de táxi;
– 02 porções de substância supostamente entorpecente tipo cocaína.
Foram cumpridos três mandados de buscas em residências de Macapá e no Distrito de Lontra da Pedreira. A Polícia Civil investiga se o arsenal apreendido possa ter sido usado nas execuções ocorridas nos últimos meses na capital.