OLHO DE BOTO
Equipes da Agência de Inspeção Agropecuária (Diagro) do Amapá, com apoio do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE), apreenderam mais de 4 mil ovos produzidos em uma granja clandestina, na zona oeste de Macapá. A operação ocorreu no início da tarde desta quinta-feira (26).
O local, que produz cerca de 30 mil ovos por mês, funcionava na Linha D do polo agrícola da AP-440 (Ramal do KM 9). O local já vinha sendo monitorado pela Diagro, e havia sido notificado várias vezes desde o ano passado.
Segundo a agência, a produção de ovos ocorria sem qualquer cuidado com a higiene, especialmente no momento da manipulação dos ovos.
“O local não tem estrutura que impeça a entrada de baratas, ratos e outros roedores. Os ovos não estavam sendo processados (embalados) adequadamente, como a lavagem dos restos fecais que podem produzir contaminação pela bactéria salmonella”, Fábio Romero, auditor agropecuário da Diagro.
A salmonella é capaz de matar uma pessoa, causando infecções com diarreia intensa e desidratação. A contaminação ocorre justamente pelo consumo de ovos com as cascas mal lavadas, fritos ou cozidos indevidamente.
Clandestinidade
Os ovos da granja alvo da operação também não possuem rótulos. É que a empresa não possui registros na Diagro e nem no Ministério da Agricultura. Ou seja, operava na clandestinidade.
Essas situações geraram várias notificações em 2018, mas a produção continuava.
“No supermercado e miniboxes verificamos que o produto dele ainda estava chegando. Viemos fazer a abordagem aqui para termos certeza de que está sendo produzido de forma irregular”, acrescentou Romero.
Cerca de 4 mil ovos foram apreendidos e o lugar fechado. O proprietário, que não teve o nome divulgado, vai responder por sonegação e crime contra a saúde pública.
Os ovos serão descartados no aterro sanitário de Macapá, na BR-210, porque foram considerados perigosos para a saúde.
Estímulo
A Diagro e o Ministério Público, por meio da Promotoria de Saúde, já vinham discutindo meios de intensificar a cobrança por alimentos mais saudáveis para o consumidor.
Numa das reuniões com o setor de supermercados e miniboxes, foi solicitado a representantes desse segmento que exijam de seus fornecedores todas as licenças públicas, principalmente as sanitárias.