Manifestação pede a liberdade de policiais presos após morte de criminoso

Policiais, agentes de segurança, amigos e familiares dos militares foram às ruas manifestar.
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OLHO DE BOTO

Centenas de pessoas participaram no sábado (31), da caminhada em apoio aos quatro militares presos preventivamente após uma intervenção policial que resultou na morte do criminoso Willian Natividade Silveira, de 27 anos.

O episódio aconteceu no dia 22 de março, numa área de ponte no Bairro Congós, zona sul de Macapá. A polícia diz que Natividade resistiu à prisão e, por isso, foi baleado e acabou morrendo. A família da vítima afirma que não houve reação de Natividade durante a abordagem da polícia.

População foi às ruas manifestar apoio aos militares Foto: Olho de Boto

Os quatro policiais que participaram da ação foram presos no dia 29 de março.

No sábado, familiares, amigos dos policiais e a população em geral foram para as ruas pedir a liberdade dos militares.

“Soldado Amaury [do Nascimento Barros] morreu, não vi nenhum manifesto dos direitos humanos por pessoas de bem, e, hoje, vejo eles se manifestando. Eles [policiais presos] podiam estar com suas famílias, mas, estão presos. Queremos que a OAB também nos dê essa resposta. O cidadão que matou a minha filha já matou três, eles sempre se apresenta após o flagrante e é liberado. Cadê a nossa Justiça? Esse ato faz parte do nosso contexto. O que seria de nós sem os policiais militares”, questionou Elenildo Munjoca, líder comunitário que teve a filha assassinada aos 22 anos, no bairro Congós.

Lideranças comunitárias do bairro Congós Foto: Olho de Boto

Na manifestação, policiais civis, militares e federais, agentes penitenciários e guardas municipais caminharam juntos pela liberdade dos colegas.

“Nesse momento é que a polícia tem que se abraçar porque a violência está muito grande. É o momento de abraçar os companheiros, porque é injusto, eles estavam num momento de defender a sociedade. Nada melhor do que um momento desse para demonstrar esse apoio”, falou o policial civil Ruben Junior.

“A gente quer, como policial, ser solidário aos militares que estão encarcerados. Queremos o mesmo tratamento dado aos criminosos, que podem ficar em casa, respondendo em liberdade. Nós temos endereço fixo, queremos tudo que eles podem usar também. Direitos humanos tem que ser para bandidos e para todos”, manifestou Frank Borges, policial rodoviário federal.

Policial civil Ruben Junior e policial rodoviário federal Frank Borges Foto: Olho de Boto

O sargento Hudson Conrado, soldado Amaury e o agente penitenciário Clodoaldo, mortos por bandidos, também foram lembrados por familiares, que cobram solução para os crimes que permanecem sem punição.

“Estou aqui protestando porque os policiais, gente que ajuda a sociedade, estão presos, e bandidos que estão matando, estão soltos, se divertindo. Hoje, eles [bandidos] estão com suas famílias, estão bem. Eu estou há 26 dias sem meu filho e o bandido que matou ele não foi preso. Policiais militares estão presos, podiam estar com suas famílias, mas estão presos porque mataram um bandido”, lamentou Suely Nascimento, mãe do policial Amaury do Nascimento Barros, encontrado morto no dia 5 de março.

Família do soldado Amaury, encontrado morto no começo de março Foto: Olho de Boto

Durante o percurso, que contou com o apoio da Guarda Municipal, nenhum incidente foi registrado.

“Como cidadã, é minha obrigação dar apoio àqueles que deixam seus lares para dar a vida por nós. O policial nunca é do mal. Então, temos que ficar do lado daquela força que está do lado da população”, falou a enfermeira Débora Montoril.

“Já tive situação que fui assaltada, liguei para a polícia e eles me apoiaram. Como cidadã, tenho que estar aqui dando apoio”, disse a enfermeira Maria Ângela.

Enfermeiras foram manifestar em apoio aos militares Foto: Olho de Boto

 

Seles Nafes
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