SELES NAFES
A Polícia Civil do Amapá revelou em coletiva na tarde desta quarta-feira (18), que um dos suspeitos na morte do policial civil Asplênio da Costa Ribeiro, falou, instantes antes do crime: “se alguém der uma de herói, vai se dar mal”. Três pessoas estão presas e duas estão sendo procuradas.
O policial morreu aos 52 anos, atingido por três tiros, segundo testemunhas, ao reagir a um assalto, na noite de terça-feira (17), em frente a um mercantil na Av. 1º de Maio, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá.
No início da tarde desta quarta-feira, três pessoas foram presas, sendo dois homens e uma mulher. Eles estavam nos bairros Muca e Jardim Marco Zero. A polícia chegou até eles após localizar, com a ajuda de imagens de câmeras de segurança, e de denúncias anônimas, o carro utilizado no crime. O veículo havia sido alugado e, segundo a polícia, estava com o bando desde quinta-feira (12), provavelmente, sendo usado para a prática de crimes.
“Eles estavam desde quinta-feira com o veículo locado. São pessoas que não têm ocupação, e estavam pagando diárias caras, provavelmente, com dinheiro que conseguiam em crimes pela cidade”, falou o delegado Nixon Kenedy, da 10ª Delegacia, de Fazendinha.
Segundo ele, o proprietário da locadora será chamado para esclarecer se o bando alugou o veículo em outras ocasiões. Kenedy acrescentou que o grupo praticava crimes nas imediações do Macapá Shopping, na zona sul.
O delegado Celso Pacheco, que coordenou a ação, junto ao delegado Kenedy, falou que, das pessoas identificadas como participantes do crime, muitas têm passagem pela polícia. Ele acredita que o bando foi ao mercantil com o intuito de roubar celulares e a moto de uma pessoa que estava em frente ao estabelecimento.
“Cada um teve participação no crime. Eles passaram pela rua, observaram o movimento em frente [ao mercantil], passaram três vezes e decidiram fazer a abordagem. As imagens mostram que o carro foi colocado estrategicamente. Dois desembarcaram e fizeram o enquadramento da vítima, que reagiu”, detalhou Pacheco.
Segundo ele, o bando falou que só tomou conhecimento de que a vítima era um policial na manhã desta quarta-feira. A polícia está em busca das armas e dois outros dois criminosos.
Estão presos Nanderson Ferreira Rocha, 22 anos, motorista do carro; George Lucas da Silva Costa, “Lukinha”, de 18 anos; e Eliete Santos dos Santos, de 23 anos, mulher de Nanderson. A polícia já identificou os outros dois criminosos que estão sendo procurados, mas, por questão de segurança, não revelou os nomes.
De acordo com o delegado Nixon Kenedy, Eliete Santos atuava no suporte, organizado a quantidade de criminosos e fazendo a visualização dos alvos, assim como abertura de portas e facilitação para as fugas.
De acordo com o advogado Carlos Evangelista, que atua na defesa de Eliete, sua cliente é inocente.
“Ela não tem nenhuma participação no suposto latrocínio contra o policial civil. Ela não sabia que os amigos iriam cometer o suposto crime, então, ela é inocente, e tudo será provado. Inclusive, já foram colhidos depoimentos dos acusados e eles relataram que ela não tinha nada a ver, não sabia de nada. Ela é inocente. Ela estava na hora errada, no lugar errado. Ela é uma vítima de toda essa situação”, defendeu o advogado.
De acordo com Celso Pacheco, os três presos serão encaminhados para audiência de custória na quinta-feira (19), autuados pelos crimes de latrocínio, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo.