OLHO DE BOTO
O delegado Ronaldo Coelho, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, informou que uma das linhas de investigação sobre a execução de Rogério da Silva Gonçalves, de 16 anos, é que ele pode ter sido morto a mando do verdadeiro alvo da execução na Praça do Coco.
O adolescente foi executado no último domingo (6), em uma área de pontes do Bairro Congós, na zona sul de Macapá. Ao lado do corpo do menor foi encontrada uma arma ponto 40 pertencente à Polícia Militar. Rogério da Silva Gonçalves era o principal suspeito de ser o autor do assassinato do fisioterapeuta Edenildo dos Santos Barreto, de 27 anos. O crime ocorreu no dia 7 de março, na Praça do Coco, no Centro da capital.
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, o fisioterapeuta foi morto por engano. Uma rixa entre grupos criminosos rivais teria levado até a execução. O autor dos disparos teria confundido Edenildo Barreto com um dos bandidos. Para o delegado Ronaldo Coelho, a pessoa que seria o alvo do atentado pode ter sido o mandante da execução do menor.
“Dizia-se que o fisioterapeuta foi morto por engano, então logo ele foi para matar alguém. Diziam que estava na Praça do Coco, então quem seria essa pessoa? Ela continua viva e agora veio a lei do retorno. Aquela pessoa que seria o alvo voltou para cobrar e executou o Rogério. Isso prova a briga entre grupos rivais. Essas pessoas não querem saber de justiça. Cada um cobra do outro grupo dessa maneira, um matando o outro”, explicou sua tese o delegado.
Rogério da Silva Gonçalves chegou a prestar depoimento na Polícia Civil. Ele negava a autoria do crime e ia sempre depor acompanhado da mãe. A versão do menor, porém, era contraditória, segundo a polícia, pois o rapaz era citado em conversas interceptadas como sendo o autor. Além disso, testemunhas do assassinato do fisioterapeuta dizem ter reconhecido o jovem no local do crime.
Ronaldo Coelho disse também que a arma encontrada ao lado do corpo do adolescente será periciada para verificar se foi usada no crime da Praça do Coco. O delegado falou ainda que as investigações sobre o caso continuam, pois agora é preciso identificar o autor da morte de Rogério Silva Gonçalves e também identificar o motoqueiro que deu fuga ao menor durante o homicídio em março.
“Quem tem envolvimento com o mundo do crime, uma hora o crime vai atingir ele também. Acha-se o todo poderoso, mas sempre vai ter alguém que gera esses conflitos. A vida cobra, e uma das consequências é essa, ser engolido pelo próprio crime”, concluiu o delegado.
Foto de capa: Olho de Boto