ANDRÉ SILVA
Difícil transitar por ruas e avenidas do Centro de Macapá e não se deparar, de vez em quando, com pessoas de sotaques ou idiomas diferentes, equilibrando facões, bolas e pinos de boliche. Eles preferem os semáforos e, assim que a luz vermelha acende, inicia o show.
São em média 30 a 45 segundos de apresentação, dependendo do cruzamento de ruas que escolham. Ao fim de cada uma, os artistas caminham pelo meio dos carros em movimento para pegar o pagamento do espetáculo que só se ver nos circos. Eles não gostam de dizer quanto ganham por dia.
A maioria dos que trabalham na cidade dizem ser de diferentes cidades da Argentina. Nacho Railef, de 26 anos, disse que chegou há dois meses no Amapá. Ele disse que veio da Patagônia e contou que já viajou toda a América do Sul e que aprendeu a fazer malabarismo quando pequeno, no país de origem.
“Num bloco de comparsas de Carnaval. Lá, tem batuque, tem malabares, perna de pau, monóculo. Aí, tinha oficina, onde aprendi a jogar malabares, ficar na perna de pau”, explicou.
No Amapá, ele vive sozinho e diz que a família mora na Argentina.
Max Lopes, de 35 anos, falou que é de Buenos Aires. Ele disse que já está no Brasil há 7 anos e que a família mora em Santarém, no Pará. Lopes disse que aprendeu a equilibrar os terçados aos 19 anos, em uma colônia de férias na cidade natal.
Ao contrário do conterrâneo, ele diz que trabalha o dia todo só para se alimentar, e também para viajar.
“Eu viajo bastante. Aqui no Brasil, já fui em muitos estados. Pará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, sempre sobrevivendo do circo”, lembrou o equilibrista.