SELES NAFES
Caminhoneiros do Amapá entraram nesta segunda-feira (28) no 4º dia de bloqueio parcial da Rodovia Duca Serra, na zona oeste de Macapá, um dos dois acessos para o município de Santana. Eles prometem estender a manifestação até a Rodovia JK, na zona sul de Macapá, a partir de hoje.
O bloqueio, que é pela redução no preço dos combustíveis, começa logo após a confluência da Duca Serra com a Rodovia AP-440, o “Ramal do KM-9”. Cerca de 80 veículos, entre carretas, caçambas e outros tipos de caminhões, estão estacionados nos dois acostamentos.
Um dos sentidos está fechado, e o outro vem sendo liberado em intervalos de 3 a 5 minutos, tempo suficiente para formar longas filas de carros de passeio.
“Muito complicado. Faço todos os dias esse trecho para Santana e levo uns 20 minutos. Agora estou levando uns 50 minutos”, comentou o motorista profissional, Erenilson de Souza.
A exemplo do restante do Brasil, os caminhoneiros estão liberando a passagem de caminhões com produtos perecíveis, ambulâncias e de insumos hospitalares. A PM ainda não precisou intervir.
“Por enquanto, o protesto é pacífico. Um lado da pista está liberado, enquanto o outro está fechado”, explicou o sargento F.Queiroz, do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE).
Um dos líderes dos caminheiros, que pede para ser identificado apenas como Moisés, disse que não há previsão para suspender o movimento, apesar do acordo anunciado na noite deste domingo (27) pelo governo federal após reunião com lideranças do movimento.
“Enquanto o movimento lá fora existir, estaremos unidos aqui no Estado. Estamos com apoio de taxistas e motoristas de aplicativos. Só vamos parar quando esse problema for resolvido em todo o Brasil”, explicou Moisés.
Acampamento
Os caminhoneiros organizaram um acampamento onde estão cozinhando e fazendo o café da manhã. Também há uma televisão para acompanhar o noticiário sobre a manifestação no restante do país.
Mas nem todos que estão no bloqueio aderiram ao movimento. Funcionários de empresas que transportam toras de eucalipto e combustíveis foram obrigados a parar na rodovia desde a última quinta-feira (24), quando o protesto começou no Amapá.
A liderança do movimento não informou em que ponto a JK poderá ser bloqueada, mas afirmou que mais motoristas estão aderindo ao movimento. A estimativa dos grevistas é de que cerca de 1 mil caminhões circulem em todo o Amapá.
Apesar do bloqueio, por enquanto não há desabastecimento de combustíveis e nem de alimentos no Amapá.