Do Rio de Janeiro, SELES NAFES
O vice-presidente mundial da Praticagem (Impa), Ricardo Falcão, abriu, nesta quinta-feira (11), o seminário da Associação de Usuários do Porto do Rio de Janeiro (Usuport), entidade que reúne engenheiros, práticos e as transportadoras fluminenses.
Durante discurso, o prático reafirmou a viabilidade de um megaporto, entre as cidades de Macapá e Itaubal, capaz de escoar a produção de grãos, minérios e outros produtos com maior rapidez para a Ásia, Europa e restante da América.
O evento no Rio de Janeiro discutiu o uso do ReDRAFT, uma tecnologia desenvolvida pela Praticagem de São Paulo, e que já está em operação desde 2016.
O sistema de telemetria é alimentado por sondas em boias que transmitem informações sobre a maré, frequência e intensidade de ondas, corrente, condições meteorológicas e outros dados que permitem a operação com calados maiores. O calado, é a parte do navio que fica dentro da água, e que, muitas vezes, encosta no fundo do rio ou do mar.
“O sistema emite esses dados a partir de sensores colocados em determinados locais. São medidas de altura de onda, períodos de onda, intensidade e direção de vento e de corrente. Esses dados são processados com informações específicas de cada navio”, explicou o assistente da direção do Porto de Santos, Viriato Geraldes.
O ReDFRAT possibilitou o aumento da segurança e da quantidade de manobras no Porto de Santos, que hoje recebe 17 navios por dia, alguns com mais de 360 metros de comprimento. Para se ter uma ideia, a Companhia Docas de Santana (CDSA), no Amapá, recebe no máximo dois navios por mês.
O ReDRFAT está sendo instalado na zona de praticagem do Porto do Rio.
“A gente acredita que 3 itens podem conviver muito bem juntos: segurança, competitividade e eficiência. O sistema já está em teste no Rio. O grande objetivo da Usuport é ter um porto competitivo para que os usuários (transportadoras) possam ter o melhor uso dele”, justificou o presidente da Usuport, André Seixas.
Ao lado do vice-prefeito do Rio de Janeiro, Fernando Mac Dowell, Ricardo Falcão elogiou o novo sistema, e disse que ele poderá ser muito útil no Amapá, com tendência a ser expandido para todos os portos.
“Ainda há enormes incertezas sobre o limite de passagem pela Barra Norte. Muitas vezes o navio passa encostando na lama, com a sonda marcando zero. As vezes a gente passa com 1 metro a mais (de calado). Com uma ferramenta dessa, a cada metro a mais de calado poderemos carregar mais 1 mil toneladas”, comparou.