CÁSSIA LIMA
Durante esta semana, alunos do Quilombo do Curiaú têm a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a própria história por meio da exposição “Arqueologia sob nossos pés: Conhecendo o Patrimônio Arqueológico do Nosso Estado”. A mostra é organizada pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), e deve percorrer outras escolas amapaenses.
A exposição no Curiaú acontece na Escola Estadual José Bonifácio. A proposta é levar aos remanescentes de quilombolas os objetos encontrados dentro da área do quilombo em escavações ocorridas entre 2011 e 2014.
Objetos foram encontrados dentro da área do quilombo Foto: Iepa
“Essa exposição mostra que este local já foi muito habitado por uma sociedade tão organizada quanto a nossa, com crenças, regras e organização. E tudo isso só foi possível porque moradores relataram que viram ossos humanos em um buraco”, contou o pesquisador João Saldanha.
Os achados pertencem ao sítio do Curiaú Mirim, identificado em 2010 por moradores que acionaram o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E, após o achado, o Iepa foi chamado para escavar, investigar o material e verificar o potencial de pesquisa da localidade.
Segundo as escavações e pesquisas no Curiaú Mirim, na localidade existia uma aldeia indígena antiga, que teria sido habitada entre 1000 e 500 anos atrás. Os vestígios de atividades cotidianas mostram práticas funerárias e uma longa ocupação ao longo dos séculos.
Escavações ocorreram entre 2011 e 2014 Foto: Iepa
“Muitos dos vestígios encontrados mostram que essa comunidade possivelmente é próxima de outras comunidades que viveram na região do Oiapoque, como as etnias Palikur”, disse o pesquisador do Iepa.
A exposição “Arqueologia sob nossos pés: Conhecendo o Patrimônio Arqueológico do Nosso Estado” deverá circular por outras localidades em breve. A proposta do Iepa é levar aos municípios um pouco dos vestígios do período pré-colonial ao colonial das antigas civilizações que habitavam o território amapaense.