ANDRÉ SILVA
Antes de ser entregue à população, a segunda etapa do conjunto Cidade Macapaba, localizado na zona norte de Macapá, passou por várias invasões, segundo a Secretaria de Estado de Mobilização e Inclusão Social (Sims). A apropriação irregular dos imóveis ocorre porque pessoas que foram contemplados com o apartamento nunca foram morar ou abandonaram o lugar.
Visitando os blocos é possível perceber o problema. Alguns, com muitas pessoas morando, outros com bem poucas, a exemplo do bloco 27, da quadra 13. Neste, vários apartamentos foram invadidos e tiveram a fechadura trocada. Em outros, foi constato o furto de objetos, como lâmpadas e louça sanitária.
Conjunto Cidade Macapaba, na zona norte de Macapá Foto: André Silva
Uma das pessoas que ocupa um apartamento, e que não quis se identificar, disse que quando soube que estava acontecendo a invasão, comunicou ao marido, e, os dois juntos, ocuparam um dos imóveis. Ela disse que quando chegou ao local a porta estava aberta e a fechadura arrombada.
“Eu não tenho casa e estou morando de favor. Soube que estavam invadindo e vim. Estava aberto, arrombado e coloquei uma fechadura. Eu tenho esperança de ficar. Já fui até a Defensoria Pública da União para tentar uma audiência”, disse.
Blocos inteiros são invadidos Foto: André Silva
Outro bloco que também está sendo ocupado, é o bloco 21, da quadra 16. Lá, Cleidiane Carvalho Lopes, de 31 anos, a primeira moradora a se mudar para o local, disse que a maioria das pessoas que foram contempladas com a moradia não apareceu mais para ver o imóvel.
Ela e a vizinha, que foi a segunda moradora no bloco, tentam controlar a entrada e saída de pessoas no bloco na esperança de evitar uma invasão.
“Alguns vieram aqui, colocaram grade e não voltaram mais. As pessoas que ganharam apartamento já têm casa, aí elas nem aparecem por aqui”, disse a moradora.
Cleidiane Carvalho Lopes e a vizinha Foto: André Silva
As denúncias de invasão precisam ser feitas diretamente para a Caixa Econômica Federal, caso a pessoa que ganhou o apartamento tenha o local invadido. Depois de disso, ela é encaminhada para a Sims, que envia assistentes sociais ao local, e, só então, ocorre a reintegração de posse.
Há casos relatados pelos moradores de que alguns invasores são autorizados, informalmente, pelos proprietários dos apartamentos a morarem no lugar. Há casos em que há venda dessas unidades.