SELES NAFES
A ex-prefeita de Laranjal do Jari, Euricélia Cardoso (PP), tomou posse, na tarde desta terça-feira (19), no cargo de deputada federal. Ela assume o lugar de Roberto Góes (PDT), oficialmente licenciado para cuidar da saúde e de assuntos particulares por quatro meses.
Nos bastidores, no entanto, a troca faz parte de um acordo, conforme revelou o portal SELESNAFES.COM na semana passada. Roberto Góes precisa de votos no Sul do Amapá, e recrutou Euricélia para a missão em troca de seu mandato. Como era a quinta suplente, Roberto precisou negociar com os quatro primeiros suplentes para que todos desistissem do cargo.
Isso incluiu uma maratona de conversas com a primeira suplente, Fátima Pelaes; a vice-prefeita de Macapá, Telma Nery (DEM); a ex-secretária de Educação do Amapá, Conceição Medeiros (PDT); e o vereador Diego Duarte (PP).
Essa estratégia, ao final bem sucedida, se encaixa muito bem na frase que ela mesmo usou ao tomar posse: “Tudo é considerado impossível, até acontecer”, atribuída a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul.
Euricélia Cardoso, de 42 anos, foi prefeita de Laranjal do Jari entre 2005 e 2012. Em 2014, ela foi presa numa operação da Polícia Federal. Em 2016, depois de ter as contas como prefeita reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no episódio da ponte sobre o Rio Jari, ela teve o registro de candidatura cassado pela Justiça Eleitoral quando tentava o terceiro mandato como prefeita.
Em maio deste ano, ela foi condenada por improbidade e teve os direitos políticos suspensos. Mesmo assim, ele está apta a assumir o mandato porque a condenação foi posterior à eleição em que ela se tornou suplente, em 2014.