Foto de crianças em leitos improvisados com cadeiras revolta internautas

Hospital informou que neste período sazonal a demanda de crianças na unidade aumenta.
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RODRIGO INDINHO

Uma foto que mostra crianças em leitos improvisados com cadeiras plásticas no Pronto Atendimento Infantil (PAI), no Centro de Macapá, comoveu e revoltou internautas. A situação foi denunciada por uma das mães que está desde a manhã de domingo (10) com a filha de oito meses de vida na unidade. A menina precisou ser internada após ser diagnosticada com pneumonia.

A direção do hospital informou que neste período sazonal a demanda de crianças na unidade aumenta, o que provoca falta de leitos.

Imagem circulou nas redes sociais Foto: Reprodução

A jovem mãe Ana Caroline, de 19 anos, registrou a situação em foto, em um dos corredores do hospital. No local, crianças dormem no colo das mães, em colchões ou em locais improvisados, como cadeiras plásticas.

“No corredor, tinha umas 25 crianças de colo, com as mães. Na sexta-feira, quando trouxe minha filha que foi classificada como prioridade amarela, a médica começou a brigar com os enfermeiros, disse que ela estava só gripada, e só tinha reações normais da gripe, passou a medicação e me mandou para casa com a neném. Minha filha piorou, aí no domingo de manhã vim de novo, outra médica pediu raio-x e viram que ela estava com pneumonia, internaram ela, e me trouxeram para uma cadeira no corredor. Tive que me virar para conseguir outra cadeira, para tentar fazer uma cama para a neném, que é de colo. Eu ainda fico, tenho pena é das idosas com os netos”, desabafa.

Ana Caroline está com a filha no hospital Foto: Arquivo Pessoal

A filha de Ana Caroline está tomando soro e aerossol enquanto aguarda para ser atendida. A mãe diz que os funcionários do hospital falam que é o melhor que se pode fazer.

“Uns dizem que vão tentar conseguir leito, outros dizem que estão dando prioridade para as crianças mais graves e quem está mais tempo, porém, são todas crianças. Se não precisassem de cuidados urgentemente, não estariam aqui, um prédio tão grande com uma obra que nunca termina e quem sofre são os pais e, principalmente, as crianças”, lamentou a mãe.

A Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) e a direção do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) informam, por meio da médica Zoraima Maramalde, diretora do (HCA/PAI), que a unidade está funcionando normalmente e que após a entrada do paciente, é feita por cores a classificação de risco, onde vermelha é prioridade imediata, o amarelo é o atendimento que vem depois, o de segunda maior urgência, e as cores verde e azul são para o atendimento dessas crianças que demora um pouco mais.

Zoraima Maramalde, diretora do HCA/PAI Foto: Rodrigo Indinho

“Recomendamos aos pais que tenham crianças com sintomas de tosse, gripe e sintomas de doenças mais simples, que possam procurar uma UBS. Já no atendimento prioritário, a criança pode ser liberada ou não, fica em observação no corredor no aguardo para ser reavaliada, pode ser internada e deveria ir para um leito. Mas como estamos num período sazonal onde há uma demanda muito grande de crianças doentes, consequentemente, o hospital fica lotado”, justificou a diretora.

Sobre os leitos, Maramalde falou que em alguns momentos pode haver sobrecarga, mas, que todos os pacientes estão sendo atendidos e medicados. A Sesa informou que existe um anexo com 40 leitos e mais 10 leitos de convênio com um hospital particular, mesmo assim, a demanda de pacientes é muito grande nesse período, isso faz com que as crianças fiquem esperando por um ou dois dias no corredor para poder ter leito, na medida que a rotatividade acontece e as crianças recebem alta, outras são imediatamente remanejadas para os leitos.

Seles Nafes
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