Gilvam diz que será candidato único, e aumenta crise no MDB

Fátima Pelaes, que já tinha lançado pré-candidatura, fala em autoritarismo e diz que irá recorrer
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SELES NAFES 

O presidente do MDB no Amapá, Gilvam Borges, anunciou que o partido terá apenas uma pré-candidatura ao Senado, a dele. Foi durante entrevista no programa Tribuna da Cidade, apresentado pelo jornalista Carlos Lobato, na manhã desta terça-feira (19). Procurada pelo portal SELESNAFES.COM, Fátima Pelaes, que já tinha lançado sua pré-candidatura, disse que a decisão foi autoritária e uma falta de respeito com as mulheres. 

Gilvam Borges alegou que a decisão é do diretório estadual, que se reuniu nesta segunda-feira (18). Segundo ele, era preciso fazer um aceno ao governador Waldez Góes para deixar claro que o partido estaria unido em torno de um nome. 

“O governador estava indecisivo com seis candidatos. (…) Vou mandar uma carta sobre o posicionamento e pedir uma audiência. Estamos às portas da eleição e precisamos definir isso”, justificou.

Questionado sobre a pré-candidatura de Fátima Pelaes, lançada em abril com apoio do presidente nacional do partido, o senador Romero Jucá (RR), ele disse que irá reavaliar uma segunda candidatura se essa for a vontade dos partidos aliados.

Gilvam com jornalistas da bancada do programa após entrevista. Foto: Tribuna da Cidade

Além disso, Gilvam alegou que é preciso esperar que a assessoria jurídica do governador pesquise a possibilidade de a mesma coligação ter mais de duas candidaturas. A primeira pré-candidatura que o governador sinalizou apoiar é a de Lucas Barreto (PTB). 

“O partido está unido, e a vontade das lideranças precisa ser respeitada, isso é da democracia. Quando não cabem dois no mesmo lugar há de se convir que não dá para fazer omelete sem quebrar os ovos. O MDB não tem decisão. Quem está fazendo a gravitação política e chamando os outros é o PDT. Não tiro direito de ninguém, mas estou revestido dessa autoridade para ser levada ao presidente do PDT que é o governador Waldez”, comentou.

Silêncio de aprendizado

Gilvam Borges admitiu que não é recebido pelo governador há mais de dois anos, mas negou que haja uma crise entre os dois.

“Não tenho diálogo, mas temos a relação. O que existe é um silêncio de aprendizado, de respeito. (…) Nunca fui dado a estar incomodando e puxando o saco”.

O pré-candidato disse que não acredita numa intervenção do diretório nacional no MDB do Amapá.

“Nas eleições nacionais o diretório nacional administra as alianças. Não há nenhuma possibilidade de intervenção. Tenho duas eleições e 28 anos de partido. Em duas eleições batemos na trave, mas fomos vítima de dois golpes grandes. Não há brecha para intervenção. (…) A outra candidatura vai depender da posição política dos possíveis aliados”, enfatizou.

Em abril, Romero Jucá anunciou que Fátima também seria candidata

Ouvida pelo portal SN, Fátima Pelaes lembrou que faz parte do diretório estadual, mas afirmou que não foi convocada para a reunião realizada na segunda-feira.

“Eu sou vice-presidente, e teria que ser convocada. Vou pegar essa ata e recorrer ao diretório nacional. Mantenho minha pré-candidatura. Ele (Gilvam) está sendo desrespeitoso com as mulheres e antidemocrático. O TSE garantiu 30% das candidaturas para as mulheres que são 52% da nossa população. Ele não pode me impedir de ser candidata”, garantiu.

Seca

Aos 59 anos, Gilvam Borges não vence uma eleição desde 1994, quando o então deputado federal foi eleito senador.

No entanto, em 2005, ele assumiu a vaga de João Capiberibe (PSB) depois que este foi cassado por compra de votos, num processo cheio de dúvidas movido pelo próprio Gilvam Borges que foi o segundo candidato mais votado.

Em 2010, apoiado por Waldez Góes, ele não conseguiu a reeleição. Em 2014, ele disputou o Senado perdendo para Davi Alcolumbre (DEM), seu ex-aliado. Em 2016, foi derrotado pelo prefeito Clécio Luis (REDE) na disputa pela prefeitura de Macapá. 

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