RODRIGO INDINHO
Kits para acessar o sinal da TV digital, que foram distribuídos gratuitamente para as pessoas cadastradas em programas sociais do governo federal, estão sendo vendidos pela internet no Amapá. Os anúncios podem ser facilmente encontrados em redes sociais e páginas de compra e venda de produtos.
Contendo um conversor, controle remoto, cabos, pilhas e uma antena UHF, os kits que custam aproximadamente R$ 200 são distribuídos de graça pela iniciativa Seja Digital, responsável por operacionalizar a migração do sinal analógico para o sinal digital da televisão no Brasil.
Após comentários no anúncio identificando a procedência do aparelho, autor da postagem se defende. Imagem: reprodução/Facebook
Atualmente no Amapá, 82 mil kits estão disponibilizados para Macapá, Santana e Mazagão (cidades que terão o sinal antológico desligado dia 14 de agosto). Mais de 45 mil pessoas já retiraram seus kits, o que corresponde à 57% do total de beneficiários que têm direito aos kits digitais. Mas ainda falta quase metade da população que tem direito agendar, retirar e instalar os aparelhos para se digitalizar.
Vários kits são facilmente encontrados na internet, em anúncios de venda dos aparelhos. Os valores anunciados vão de R$ 70 a até R$160. Pelas fotos, é possível identificar que a marca dos aparelhos é a mesma do kit distribuído gratuitamente.
Diogo Costa, gerente regional da Seja Digital no AP: quem já está digitalizado deveria doar o aparelho para outra pessoa. Foto: Rodrigo Indinho
Seja Digital
O gerente regional da Seja Digital no Amapá, Diogo Costa, explicou que a venda dos kits distribuídos gratuitamente já vem sendo monitorada todos os dias, e que orientam para que a pessoa que recebe o kit tenha ciência de que não pode vender o produto.
Segundo ele, as pessoas que vendem ou compram esses aparelhos estão excluídas dos sorteios quinzenais da “Instalação Premiada”, que condiciona que seja o próprio beneficiário que recebeu o kit que deve gerar o código da promoção no ato da instalação do aparelho.
Kit é doado para pessoas cadastradas em programas sociais
“É um direito do cidadão receber o kit para se digitalizar, mas a Seja Digital orienta que o beneficiário que por alguma razão não precise do kit, por já estar digitalizado, faça a doação do mesmo para alguém que precise e que não esteja entre os beneficiários dos programas do governo federal. É a atitude mais justa e ética”, finalizou Diogo Costa.