SELES NAFES
Com 120 mil habitantes, uma economia fraca e uma cidade que precisa de cuidados urgentes, Santana estava prestes a bancar uma mordomia digna de prefeituras ricas. Esta semana, o prefeito Ofirney Sadala (PHS) teve rejeitada a proposta de ter sua residência bancada com recursos dos contribuintes.
A votação ocorreu na última quinta-feira (30), sob forte pressão da opinião pública naturalmente contrária à gastança. A previsão de despesas domésticas de Ofirney estava na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), dispositivo que fixa em que setores o dinheiro arrecadado pela prefeitura será utilizado.
O projeto de lei foi aprovado por 11 votos e duas abstenções. Mas, em cima da hora, após um forte debate, os vereadores decidiram retirar do texto a previsão de gastos com a residência.
“O município está arrebentado”, bradou o vereador Anderson Almeida (DEM), que liderou a oposição à proposta do prefeito.
O texto da LDO não discrimina valores, apenas diretrizes, por isso não foi possível saber quanto a prefeitura iria gastar com a residência de Ofirney.
Normalmente, em casos assim, os gestores costumam se escorar na desculpa de que precisam receber lideranças em casa, em encontros que normalmente são regados café da manhã ou fartos banquetes. Também é preciso pagar funcionários e manter outras despesas como luz, água e internet.
Em Santana, que viu sua economia retroceder nos últimos quatro anos, especialmente pela má gestão e estagnação do setor mineral, a proposta pegou muito mal.