RODRIGO INDINHO
No dia 26 de julho é comemorado no Brasil e em Portugal o Dia dos Avós. A data celebra o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Mas, nem tudo é só celebração. Em Macapá, enquanto muitas pessoas demonstram carinho e afeto por seus avós, 58 idosos vivem no abrigo São José sem atenção de seus familiares ou por necessidade.
Dona Adelaide do Rosário, de 101 anos, é a moradora com mais idade na instituição e já tem abrigo definitivo. Debilitada, ela diz que sente falta dos familiares que vivem no estado.
“Ela tem dificuldades para falar, mas é o mesmo sentimento de tristeza, se perguntarmos se sente a falta dos filhos, ela dirá que sim, então chora, chama por eles… Mas o ideal para ela é ficar aqui, pois apesar das dificuldades é bem cuidada”, comentou a diretora em exercício do abrigo São José, Aline Alves.
De acordo com a administração do abrigo, voluntários realizam visitas e fazem doações. No local se vive um outro mundo, paralelo do que se vive na nossa sociedade, define quem trabalha ali.
“Abrigar idosos que, muitas das vezes, não têm laços familiares rompidos, mas que o abrigo é uma alternativa para família, mexe muito conosco e o com o que se formula para sua vida, que é você viver, ter filhos e eles cuidarem de você no seu envelhecimento, aqui se percebe uma inversão de valores”, ponderou Aline Alves.
O vaidoso Antônio Farias dos Santos, de 78 anos, é de Barcarena (PA). Ele veio para Macapá a trabalho e deixou a família. Sente saudade.
“Tenho irmãs e filhos, mas não tenho contato com eles, cheguei a ter uma casa no Brasil Novo, agora moro aqui. Sou feliz, aqui todos me tratam bem e tenho minha liberdade até para comprar minhas coisinhas, mas não nego sinto saudade de meus familiares tenho muita fé de um dia nos reencontramos”, disse emocionado seu Antônio.
Abrigo
Serviços como atendimentos médicos, nutrição, fisioterapia e diversas atividades são ofertadas no abrigo São José, que fica na avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, 3134 – Santa Rita, em Macapá. O Abrigo conta com 100 profissionais, é coordenado pela Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (SIMS) e está aberto para visitações e doações.