ANDRÉ SILVA
A boa vontade de moradores do Bairro do Muca, localizado na zona sul de Macapá, transformou em menos de dois anos a aparência de uma pracinha antes abandonada e frequentada apenas por usuários de droga.
A iniciativa, que partiu de uma pedagoga aposentada e que um dia decidiu plantar flores no local, contagiou outras pessoas e estimulou a criação de um grupo: o “Amigos da Praça”.
Maria Cely tem 59 anos. Ela mora em frente à pracinha há quase 25 anos. Cely disse que a ideia veio de uma necessidade, já que o espaço deixou de ser usado por moradores e crianças da comunidade.
“Eu ficava pensando em conseguir, de alguma forma, resgatá-la para que as nossas crianças e a comunidade que mora no entorno pudessem ter um local agradável para frequentar”, justificou a pedagoga.
Comunidade se junta para reforma e por projetos
As plantas vieram da casa dela. A primeira foi uma palmeira. O tempo foi passando e logo outros moradores foram somando. Enquanto uns construíram os brinquedos, ela produziu algumas peças ornamentais, como vaso, banco e bonecos, tudo feito de pneu velho.
A quantidade de moradores empolgados com a ideia de ter uma praça bonita foi crescendo, e logo eles decidiram cria um grupo de Whatsapp, onde pudessem discutir projetos voltados para a comunidade.
O primeiro deles aconteceu em outubro do ano passado, quando crianças da comunidade receberam de presente brinquedos e tiveram uma programação voltada para o Dia das Crianças. Outro foi realizado em outubro, mais uma vez voltado para a distribuição de brinquedos.
Ponto de leitura
Agora eles estão construindo um ponto de leitura bem no meio da praça. A ajuda vem de todos.
“Nós vamos precisar muito de livros e revistas porque vamos incentivar as crianças a ler. Aqui também vai ter contação de história, musica, enfim, será um ponto de cultura”, disse o professor Uriel Tito, de 37 anos.
Pessoas de bairros vizinhos também passaram a frequentar a praça depois da reforma. Silvia Fortal, sempre leva os netos para se divertir nos brinquedos.
“É uma praça boa, bem tranquila. Pelo que fiquei sabendo, os moradores se juntaram pra criar um ambiente bacana para as crianças brincarem. Ficou muito bonita”, disse a mulher.
As doações de livros e revistas para a o acervo do ponto de leitura, podem ser entregues à Maria Celi e a Uriel Tito. Quem quiser pode perguntar por eles no local.