ANDRÉ SILVA
Os moradores que vivem às margens do Canal do Jandiá, na zona norte de Macapá, e que estavam com o dia marcado para deixar suas casas, ganharam mais um tempo nesta terça-feira (3). É que a ordem de desocupação do local onde vivem, no Bairro do Pacoval, que estava programada para a sexta-feira (6), foi adiada.
A moradora Meire Pantoja Amorim esteve na reunião que aconteceu a portas fechadas na Justiça Federal, na Rodovia Norte Sul. Ela é uma das representantes da comissão das famílias do Canal do Jandiá. Além dela, estiveram presentes representantes da Caixa Econômica Federal, da Secretaria de Mobilização Social (Sims), além do juiz federal, João Bosco.
A representante disse que o juiz suspendeu a reintegração de posse que iria acontecer nesta sexta porque as famílias que teriam um local pra ficar, agora não teriam mais. Elas seriam remanejadas para o Conjunto Cidade Macapá, no Residencial Macapaba, mas todos os apartamentos de lá foram invadidos.
“Eles vão fazer primeiro a reintegração de lá para depois fazer a daqui, porque invadiram o Macapaba. Vão tirar primeiro de lá , fazer a reforma de onde precisar e depois tirar a gente daqui”, disse Meire Pantoja Amorim.
José Raimundo Maciel, de 47 anos, tem sete filhos e mora no Jandiá há mais de 14 anos. Ele disse que está desempregado e não tem para onde levar a família. Disse que ficou muito feliz com notícia. Ele já tinha começado a desmontar a casa.
“Só quero que eles nos deem um moradia digna para mim e minha família. Eles querem nos tirar daqui sem termos para onde ir e assim não pode”, protestou o morador.
Nova data para reintegração e invasões no Macapaba
A Sims informou que a reunião foi para tratar de informações técnicas e que a nova data para a reintegração existe, mas que só vai ser divulgada por meio de nota nos próximos dias.
No dia 24 de junho, o portal SELESNAFES.COM esteve no Cidade Macapaba para apurar denúncias de que os apartamentos estavam sendo invadidos. Os invasores, segundo eles, estariam arrombando as portas e trocando as fechaduras por outras. Essa não é a primeira vez que acontece esse tipo de situação no conjunto.
A última reintegração aconteceu em 2017, quando mais de 200 apartamentos foram desocupados na unidade 1 do conjunto.