OLHO DE BOTO
Na tarde de sexta-feira (20), um vigilante desempregado foi preso no momento em que estava reunido com mais de 50 pessoas em um salão de eventos, no bairro Perpétuo Socorro, zona leste de Macapá.
As vítimas foram atraídas através de um anúncio de emprego, publicado na rede social Facebook. A promessa era de que as pessoas seriam empregadas em uma empresa paraense, que supostamente havia vencido uma licitação no Amapá.
Segundo o falso anúncio, o empreendimento iria prestar serviço ao governo do Estado, e teria vagas para vigilantes e agentes de portaria. Para isso, os pretendentes às vagas teriam que desembolsar, de imediato, R$ 30 reais para compra de munições – que seriam usadas durante as provas do suposto curso de armamento.
Algumas vítimas chegaram a pagar. Mas, outras desconfiaram e passaram a gravar tudo que estava sendo dito na reunião, o que mudou a conversa do golpista. Ele não gostou de ser gravado e proibiu o uso de celulares no ambiente. Houve discussão, o que motivou a chamada da Polícia Militar.
A promessa era que a empresa havia fechado um acordo com um grupo político, que iria trazer a Macapá uma empresa de nome ‘ASM’. Esse empreendimento – falso – teria vencido uma licitação no Amapá, e contrataria, por 6 meses, vigilantes e agentes de portaria.
“Quando ele fechasse o quantitativo de 1.700 pessoas, nós iríamos participar de um curso, que seria de gerenciamento de crise e armamento, e custaria 400 reais, o que seria totalmente custeado pela suposta empresa. A munição sairia por 60 reais. A gente pagaria só a metade [R$ 30 reais] e o restante seria custeado por eles. Cheguei a pagar, mas depois eu peguei o dinheiro de cima da mesa dele”, relatou uma das vítimas, que pediu para não ser identificada.
De acordo com a testemunha, o golpista prometeu que o curso de armamento seria na Polícia Militar, o que despertou a desconfiança de algumas pessoas.
O acusado foi apresentado no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) do bairro Pacoval. Ele foi indiciado por estelionato, cuja pena prevista é de um a cinco anos de reclusão e multa.