OLHO DE BOTO
Uma festa de aniversário, regada a muita cachaça, terminou em morte. Alan Patrick de Souza, de 27 anos, um dos convidados, foi encontrado sem vida na manhã de domingo (29), dentro de uma casa onde foi realizado o evento, localizada em uma rua de ramal de uma comunidade rural às margens da Rodovia JK, na zona sul de Macapá.
Agentes da Delegacia de Homicídios localizaram o acusado, identificado como Ednelson de Souza Nunes, de 39 anos. Horas depois, no Hospital de Emergências de Macapá, em depoimento, ele confirmou a autoria do crime ao delegado Ronaldo Coelho.
Ednelson relatou à polícia que ao final da festa, já ao amanhecer, presenciou Alan Patrick acordando um dos convidados com agressividade. Ele não teria gostado e, ao tomar satisfação, teria sido atacado com uma faca. Os dois entraram em luta corporal e Patrick foi esfaqueado várias vezes.
Após a agressão, Ednelson teria acordado o responsável pela casa e comunicou o fato. Em seguida, montou na garupa de uma moto e foi procurar por atendimento médico, mas antes teria ligado no 190 informando o caso.
A perícia confirmou 11 perfurações no corpo de Alan Patrick.
“A vítima levou diversas facadas que atingiram principalmente o tórax, costas e os braços. De início, identificamos onze perfurações que, certamente, o levaram a óbito pela perda de sangue” relatou o perito Odair Monteiro.
Dono da casa confirma versão
Segundo o morador que cedeu a casa ao aniversariante, a festa já havia acabado quando o crime ocorreu. Ele conta que dormiu e que, ao amanhecer, por volta das 7h, foi acordado por Ednelson totalmente ensangüentado, dizendo “fiz merda, furei o cara “. O proprietário foi até o quarto da casa e avistou a vítima jogada no chão, sangrando.
Ele aguardou a polícia no local e relatou as circunstâncias do caso. Durante a briga, Ednelson levou três facadas. Ele permanece internado no HE, sob custódia da Polícia Civil.
Festa anormal
Um morador da região, que preferiu não se identificar também confirmou que ao chegar em casa durante a madrugada havia uma grande movimentação de pessoas no entorno da casa e o som da música era muito alto.
“Cheguei por volta de 1h30, 2h da manhã e o comportamento não era condizente com uma festa normal. A vizinhança é muito tranquila, mas nessa casa é frequente as festas, mas não dessa forma”, relatou o morador.
Investigação
De acordo com o delegado Ronaldo Coelho, a Polícia Civil busca ainda elementos mais consistentes sobre o caso.
“A investigação está verificando outras informações. Ele diz que agiu em legítima defesa, mas no mínimo tem um excesso aí. Ele diz que perdeu o controle. Foi uma festa de aniversário que terminou em tragédia. Do riso, fez-se o pranto”, disse o delegado.