RODRIGO INDINHO
A Polícia Civil do Amapá confirmou que um dos investigados na operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (6), que trata da produção de material pornográfico com adolescentes, é o advogado Edir Benedito Nobre Cardoso Junior, de 49 anos.
Após o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua residência e em um órgão público, nos bairros do Trem e Centro de Macapá, o advogado e outro homem suspeito prestaram depoimentos no Ciosp do Pacoval e foram liberados.
Foi encontrado e apreendido, junto com material de armazenamento em mídia, na casa de Edir Benedito Junior, um quantitativo de munição permitido, porém sem que o advogado tenha licença para portar arma de fogo. De acordo com o delegado Wellington Ferraz, que conduz o caso, ele pagou fiança pelo porte ilegal, mas será indiciado.
Entre os aparelhos eletrônicos apreendidos estão computadores, smartphones e pendrives. Os equipamentos foram encaminhados para a Polícia Técnica.
A operação é resultado de um mês de investigações e é conduzida pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), com apoio da Divisão de Capturas e da Delegacia de Crimes Contra Pessoas (Decipe), pois há a suspeita de que estava havendo extorsão entre os envolvidos na produção do vídeo.
Os crimes
Ferraz explicou também que o advogado aparece em um vídeo mantendo relações sexuais com adolescentes. Segundo o delegado, o fato de fazer o registro é considerado crime, de acordo com o artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“A pena é altíssima, de 4 a 8 anos de reclusão por divulgar e reproduzir vídeos íntimos com crianças e adolescentes”, destacou.
A Polícia Civil informou também que está investigando não somente quem produziu o vídeo, mas as pessoas que estão replicando a gravação em redes sociais.
“Cada pessoa que publica imagem de adolescente ou criança, está praticando o crime. Identificamos o URL de quem compartilhou pelo Whatsapp, Facebook e Instagram e está engatilhada a responsabilização criminal. Não achem que ficarão escondidas por trás da tela do computador. Existem rastros que as pessoas deixam, a polícia está antenada nisso e tão logo irá deflagrar outras etapas dessa investigação“, disse Wellington Ferraz.
O delegado reforçou ainda que as investigações continuarão e que a grande maioria de quem compartilhou o conteúdo foi identificada.
“O artigo 241 a do ECA prevê que quando se oferece troca, disponibilização, transmissão, distribuição, publicação ou divulgação por qualquer meio de pornografia com adolescentes, a pena é de reclusão de 3 a 6 anos”, finalizou.
Foto de capa: Rodrigo Indinho