RODRIGO INDINHO
Servidores da empresa terceirizada Alfha, que presta serviço para o Estado nos hospitais, iniciaram greve por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira (27). Pela manhã, um grupo de trabalhadores realizou um manifesto em frente à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Eles cobram seis meses de vale alimentação, quatro meses de vale transporte e dizem que vão para o terceiro mês de salários atrasados.
Segundo Wilson Leitão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação do Estado do Amapá (Stacap), a empresa alega que está esperando o repasse da Secretaria de Saúde para efetuar o pagamento aos trabalhadores.
“Faz duas semanas que estamos tentando uma reunião positiva e nada. O proprietário da empresa, disse que não tem condições nem de pagar luz da casa dele, como iria pagar os trabalhadores. Então, hoje foi obrigado os servidores paralisarem para ver se tem alguma previsão de pagamento por parte do governo do estado”, falou Wilson.
Cerca de 290 trabalhadores, entre recepcionistas, maqueiros e carregadores de remédios da empresa que presta serviços em hospitais públicos de Macapá e Santana, estão com os salários atrasados. Destes, 30% continuam nos postos de trabalho e 70% aderiram à greve.
“A gente não gostaria de estar nesta situação, mas não tem mais outra medida que não seja a greve. Temos filhos, mulher, família, contas e outras despesas para pagar. Não estamos pedindo esmolas, queremos receber pelo o que trabalhamos. Hoje, praticamente estamos pagando para trabalhar, emprestando dinheiro para não faltar no trabalho, e, isso é um absurdo, então que o governo resolva nossa situação”, comentou um servidor que não quis se identificar.
O portal SelesNafes.com procurou a Sesa, que informou, através de nota, que “o pagamento dos trabalhadores da empresa Alfha, que prestam serviços terceirizados da rede estadual de saúde, referente ao mês de junho, será efetuado no dia 10 de setembro”.
A Sesa ressaltou, ainda, que a pendência seria de “apenas dois meses, já que o prazo para o repasse para pagamento do mês de agosto ainda não venceu”. Por fim, a secretaria declarou que vê o manifesto como um direito dos trabalhadores e reitera que está aberta ao diálogo de forma harmoniosa e pacífica.
Foto de capa: Rodrigo Indinho