SELES NAFES
O juiz federal Jucélio Fleury arbitrou em mais de R$ 5,1 milhões a fiança do empresário chinês Xiao Liang Xu, preso pela Polícia Federal na Operação Pantalassa, acusado de financiar um esquema ilegal de desmatamento para exportação de 50 mil metros cúbicos de madeira. O produto seria levado para a China e seria vendida por uma empresa por R$ 50 milhões.
Apesar de estabelecida a fiança, Liang Xu não está preso. Ele tem um mandado de prisão preventiva no Amapá, mas está no seu país de origem.
De acordo com a PF e a denúncia do MPF, o chinês contratou a empresa Pangea, do empresário Sílvio Porto, já condenado há 12 anos de prisão pelo esquema. A empresa teria repassado propinas a funcionários do Imap para ter as autorizações fraudulentas de desmatamento.
O esquema foi descoberto quando R$ 10 milhões já haviam sido repassados à empresa. O desmatamento chegou a ser feito em apenas seis hectares.
A defesa do empresário chinês, conduzida pelo advogado Maurício Pereira, pediu um habeas corpus, para anular o mandado de prisão em aberto, alegando que o Xiao Ling tem ocupação lícita na China e garantiu que ele virá para a audiência de instrução e julgamento. A defesa também pediu a retirada do nome do chinês da lista de procurados da Interpol.
A defesa alegou ainda que empresário é réu primário, não oferece perigo à ordem pública, e veio ao Amapá apenas para acordos comerciais, mas teria sido “trapaceado por organização criminosa”.
O juiz concedeu a liberdade provisória, mas fixou em R$ 5,1 milhões a fiança, além da obrigação de comparecimento em juízo a cada 3 meses.
O advogado Maurício Pereira informou que irá recorrer da decisão ao Tribunal Regional Federal (TRF), para tentar baixar o valor da fiança, e retirar a obrigatoriamente de apresentação trimestral.