SELES NAFES
Policiais civis e conselheiros tutelares de Oiapoque, cidade a 590 quilômetros de Macapá, na fronteira com a Guiana Francesa, libertaram uma adolescente de 13 anos que estaria em cárcere privado para fins sexuais. Um exame toxicológico comprovou que a menina é viciada em vários tipos de drogas.
A Polícia Civil foi avisada pela mãe da menina no último dia 24. A mulher contou aos policiais que a filha estava desaparecida havia três dias, e que ela chegou a conversar com a menina por um telefone celular desconhecido.
“A menina disse que estava bem, e desligou logo o telefone. Depois a mãe conseguiu descobrir de quem era o número do celular”, explicou o delegado Charles Corrêa, que investiga o caso.
O celular era de um comerciante que trabalha na orla de Oiapoque identificado como Mazidi Jaime Aly Brarymi, de 47 anos. O suspeito já havia cumprido pela por estupro de menor.
Policiais foram até a casa do suspeito, no Centro de Oiapoque, mas encontraram o imóvel trancado. A porta estava fechada com um cadeado.
No interior da casa havia duas adolescentes, a menina de 13 anos e outra garota de 16 anos, que se identificou como filha da esposa do comerciante. Ambos não estavam no local.
Os policiais decidiram resgatar a menina de 13 anos pela parte de trás da casa, onde existe um muro e uma cerca de madeira bastante alta para dificultar a ação de ladrões. Algumas tábuas foram arrancadas e a adolescente conseguiu sair com a ajuda dos policiais e conselheiros.
Na delegacia, ela tentou proteger o comerciante.
“Ela disse que o Jaime falava pra ela que a considerava uma filha”, relatou o delegado. O exame de conjunção carnal teve resultado positivo.
“Não pude atribuir a ele a conjunção carnal porque o exame não atestou para conjunção recente, mas o conjunto de indícios, denúncias de que recebe menininhas que usam drogas e o histórico dele apontam para uma situação em que ele mantinha as duas meninas na casa para fins sexuais. Ele já estava com essa menina há 3 dias, e quando a mãe dela o procurou ele negou que ela estava na casa dele”, frisou Charles Corrêa.
O comerciante foi preso em flagrante. Nesta segunda-feira (27), na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de Mazidi Jaime Aly Brarymi.
O exame toxicológico da menina atestou a presença de cocaína, maconha, LSD e outras drogas. Ela foi devolvida para a mãe.