Pastor que já vendeu coxinha na rua é aposta do PTC

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SELES NAFES

A história do pastor Amado Flexa, de 35 anos, amapaense da região de São João do Aporema, município de Tartarugalzinho (a 232 quilômetros de Macapá), é uma daquelas que mistura altas doses reviravoltas.

Lançado pelo PTC como candidato a deputado estadual, neste ano. Durante a infância pobre, chegou a sobreviver comendo alimentos do lixo e vendeu coxinha na rua até conseguir um emprego. Anos mais tarde, já no Evangelho, fez um curso de administração pastoral num seminário de teologia. Hoje, ele é acadêmico de direito.

Casado com a administradora de empresas Leciane Flexa, com quem teve três filhos.

Hoje, ele comanda a Igreja Evangélica Canal de Bênção, localizada na Avenida Carlos Lins Cortes, Infraero II, em frente ao CEU, centro esportivo e cultural da prefeitura de Macapá.

Conversa com o pastor Amado Flexa foi acompanhada pelo pai, Jorge Custódio. Fotos: Hugo Moraes

Primeiro da família a quebrar o paradigma

A igreja derivou do projeto social Canal de Bênção, fundado por ele há mais de 15 anos.

Como você se tornou evangélico?

Eu venho de uma família católica que promovia uma festa tradicional na nossa comunidade (São João do Aporema). Fui o primeiro da família a quebrar esse paradigma. Quando viemos morar em Macapá passamos por um período muito difícil. Meu pai e minha mãe ficaram desempregados e começaram a catar latinha na rua. Foi um período complicado 1 ano e 8 meses. Eles chegaram a ir pra lixeira pública, onde passaram a colher do lixo ossadas e restos de outros alimentos para gente poder comer…

Com os filhos…

…e com a esposa Leciane

Quanto anos você tinha?

8 anos. Quando eu já tinha 10 anos, uma noite, quando não tínhamos nada comer e estávamos tomando apenas um mingau de farinha, eu bati na mesa e disse que ia mudar a história da minha família. Eu pedi pra uma vizinha fazer chopp (de frutas) com coxinha e saí na rua pra vender. No fim da tarde eu chegava com R$ 20 e dava para minha mãe comprar a alimentação. Desde então não parei…

Qual era a profissão do seu pai?

Carpinteiro, e minha mãe era de casa, cuidava na gente.

Quantos irmãos você tinha?

Somos 10 irmãos.

Depois da venda de chopp e coxinha o que você fez?

Atendimento do projeto em comunidade rural

Fui trabalhar como menor aprendiz e passei a estudar. Conclui o ensino médio, fiz o curso de administração (pastoral) e hoje sou acadêmico de direito. Sempre influenciado pela minha origem humilde, passei a rodar o Amapá fazendo obras sociais, levando médicos, odontológicos e outros profissionais para o interior. Nessa época eu já pregava o Evangelho. Conheci um rapaz que me pediu para abrir os eventos dele e as portas começaram a se abrir. Por isso fui pregar em todos os estados do Brasil.

Projeto Encontro com Deus TREMENDO já atendeu 5,5 mil pessoas

Qual o conceito da Igreja Canal de Bênção, que o senhor preside?

Começou como um projeto social, e depois virou uma igreja. Quando era apenas um projeto nós levávamos cestas básicas para a baixada e sopa. Eu queria levar para as pessoas o que eu não tinha quando era criança. Nós pegamos a pessoa que está nas drogas, ou com o casamento destruído, por exemplo, e fazemos um tratamento.

Amado Flexa com o filho mais novo, Anthony Amado, de 4 anos

Já atendemos mais de 5,5 mil pessoas no Encontro com Deus TREMENDO (nome do projeto) que hoje estão com a vida transformada. A igreja faz o trabalho do Estado, mas não tem o apoio do Estado. O trabalho social continua sendo feito, mas apenas com a ajuda dos fiéis. Se o Estado ajudasse dava para gente ter escola integral, creche e abrigo para idosos, o que geraria empregos e assistência social adequada.

Igreja no Infraero II

Projeto do novo templo da Canal de Bênção

O senhor é um pré-candidato da igreja, mas alguns candidatos evangélicos não deram bons exemplos de ética quando se tornaram políticos com mandatos. E o eleitor acompanha isso.

Esses políticos evangélicos que focaram para esse lado (da desonestidade) já estavam com os corações corrompidos. Eu tenho uma convicção. Posso não ser a mudança de tudo, mas vamos promover alguma mudança.

Por exemplo?

Temos quatro hidrelétricas aqui. Então somos um estado produtor, e por isso deveríamos pagar a energia mais barata do país. Mas isso não acontece. Não produzimos, não exportarmos, ainda somos a economia do contracheque.

Outros estavam com corações corrompidos

Fui para 39 países para pregar. Fui consagrado como pastor na Igreja Assembleia de Deus de Anápolis (GO). Temos 1,2 mil membros no Amapá em quatro igrejas, incluindo as células. Quando não há cultos nas igrejas nós temos nas casas. 

Seles Nafes
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