RODRIGO INDINHO
No dia 25 é comemorado o Dia do Soldado. A data é uma homenagem ao pacificador Duque de Caxias. O portal SelesNafes.com conversou com um dos policias militares mais experientes da corporação, que tem muitas histórias para contar.
O bate-papo foi com sargento Jorge Sá, de 45 anos. Formado em letras, ele ingressou na Polícia Militar do Amapá em 1995. Atualmente, integra o 6° Batalhão, que patrulha a zona urbana de Macapá. Mas, ele também acumula experiência do policiamento na área rural do Estado.
Quantos anos você tinha quando decidiu ser policial militar?
Sonhei desde pequeno em ser um grande profissional, e ir além, ser um policial.
Qual foi a ocorrência mais marcante até agora?
Foi trabalhando no 6°BPM, em 2015. Numa madrugada, um cidadão chamou a viatura e informou que tinham acabado de esfaquear uma senhora grávida próximo à Feira do Pescado, e nós desconfiamos dele, que estava nervoso. Coloquei ele na viatura. Quando chegamos no local, a mulher havia levado uma facada na barriga e ela estava 8 meses de grávida, e conseguimos prestar socorro para essa mulher. Levamos até a maternidade. Para a nossa surpresa, a faca passou entre o feto, mas ele não foi atingido. Eles foram salvos bebê e mãe. Prendemos o criminoso pela atitude suspeita que ele apresentou no momento da ocorrência.
E a ocorrência mais estranha?
Nós atendemos em 2003, ou 2004, um roubo com refém em andamento, no Parque dos Buritis. Quando chegamos, eram duas crianças, de 14 e de 12 anos. A menor estava engasgando a mãe porque tinha dado uma goiaba para o irmão dele. A vizinhança achava que ele estaria armado com uma faca e acionou a guarnição. Conseguimos resolver a situação. Porém, acho que foi algo mais do que inusitado.
No interior é mais tranquilo morar e trabalhar do que nos centros urbanos?
Morar no interior é bom, mas não é tão tranquilo como se pensa. Muitas das vezes, é mais perigoso do que a cidade. Trabalhei no interior e falo, por experiência própria, como é o risco, como são as gravidades das ocorrências nessas áreas, mas o policial militar tem que estar atento, seja na cidade, no interior visando a segurança da população.
Quais os principais desafios do Policial Militar?
O principal desafio da Polícia Militar hoje é o combate à criminalidade. A gente sai de casa já preparado para manter a ordem pública, pois a população de bem necessita de segurança. Então, saímos de casa buscando fazer nosso papel combatendo a criminalidade e retomar para nossas famílias com segurança.
Qual o lado bom de ser policial?
É ter uma profissão na qual a gente faz o que gosta e o que se melhor sabe. Por mim, digo: Amo ser polícia, porque amo e me dedico para levar o bem-estar ao próximo.
Tem o lado ruim de ser policial?
O lado ruim é que, a cada dia, a criminalidade está aumentando e não saímos mais com a segurança de deixar nossa família com a certeza de que iremos voltar. Assim como a sociedade, vivemos à mercê da criminalidade, sujeitos a vários acontecimentos. Tiramos serviço buscando proteger a população, mas o pensamento está na segurança de nossos familiares também. Esse é o lado ruim.
Como é trabalhar em equipe?
É muito bom trabalhar em equipe. Hoje, minha equipe é composta por três pessoas (Sargento Jorge Sá, soldado Harrison e o soldado Jorge Neto) e, junto com o 6°BPM, somos uma grande família. Confiamos um no outro, dividimos histórias particulares, buscamos aperfeiçoar cada vez mais a forma de agir em meio a sociedade, criamos estratégias para agir. Acima de tudo, somos muito unidos.
Qual a mensagem que o senhor deixa para a população do Amapá nesse Dia do Soldado?
A sociedade amapaense sabe que pode contar com a Polícia Militar, ligando para o 190, denunciando e interagindo conosco, sem revelar sua identidade. Aos amigos da PM, desejo um excelente Dia do Soldado cheio de força, paz, e que Deus possa abençoar e proteger cada vez mais a todos nós. Dias melhores virão, e nunca vamos esquecer de agradecer ao Pai, por mais um dia de labuta.
Foto de capa: Rodrigo Indinho/SN