ANDRÉ SILVA
A 6ª edição da Feria de Ciência e Engenharia (Feceap), que iniciou na quarta-feira (19) e segue até o dia 21 de setembro, tem 70 projetos expostos que vão desde soluções para o dia-a-dia, como tratamento de água, até a criação de um protótipo de submarino para auxiliar na busca por cadáveres no fundo do rio Amazonas.
O projeto está sendo apresentado por Leonardo Melo. Ele é aluno do segundo ano do ensino médio na Escola Estadual José do Patrocínio. O estudante disse que o objetivo é fazer com que o Veículo Operado Remotamente (VOP) chegue às mãos do Corpo de Bombeiros. Ele garante que o aparelho, feito com cano de PVC, câmera de infra vermelho e propulsores, pode auxiliar nas buscas por corpos de vítimas de afogamento.
“Nossa ideia é que eles possam usar o equipamento para trabalhar no turno da noite, sem que fiquem muito cansados. Ele diminui os riscos e faz o trabalho complicado que é o de achar corpos nas águas turvas do rio Amazonas. Ele também pode ser usado para pesquisa e manutenção em embarcações”, explicou o jovem cientista.
Segundo Melo, o projeto foi iniciado há dois anos, e ainda não está finalizado, podendo ser ainda maior e ter equipamentos de ponta adaptados.
Outro trabalho que chama a atenção na feira, é o projeto idealizado pelos estudantes Rodrigo da Silva Leal e Jean Maciel Magalhães, ambos de 16 anos. Eles são alunos da Escola Estadual de Itamatatuba, localizada no Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá.
O projeto da dupla consiste em captar a água da chuva e transformá-la em potável, passando por um processo de limpeza, por três filtros compostos por lã acrílica, prolipropileno e, por fim, carvão ativado. Com a iniciativa, eles querem ajudar as pessoas a terem em casa uma água de qualidade.
“Nosso objetivo é sensibilizar a comunidade que enfrenta muitos problemas de saúde por contaminação da água, para obter outros meios de adquirir água de qualidade, porque água é muito importante para a vida”, justificou Rodrigo Silva.
Silvano Pantaleão, coordenador da feira e professor do Centro de Altas Habilidades em Macapá, disse que o evento nasceu dentro da instituição, com o objetivo de possibilitar a inserção de alunos na metodologia científica. Este ano, a feira recebe visitantes do México, Minas Gerais e Ceará.
“Este ano, nós conseguimos selecionar 110 projetos, mas, só conseguimos logística para 70, por uma questão de espaço e clima. Temos que ter uma estrutura agradável, tanto para quem expõe quanto para quem vem visitar”, disse o professor.
Ele destacou que a feira já revelou projetos que, hoje, atingiram uma dimensão maior, como o bio vaso. A autora do projeto, Aira Beatriz Cardoso, esteve sitiando a feira e disse que o seu trabalho agora passa por um processo de patente e que, em dois anos, ele já estará disponível para a comercialização. O projeto dela já tem reconhecimento internacional e chegou a ser apresentado no escritório da Google, em São Paulo.
“Atualmente, ele está no processo de patente. Depois, a gente pretende começar o processo de comercialização”, disse a jovem cientista.
A feira acontece na Avenida Ernestino Borges, no Sebrae, de 8h às 18h, com entrada franca.