OLHO DE BOTO
O guarda civil municipal de Macapá Amarildo Guilherme do Amaral, de 44 anos, foi morto com um tiro nas costas na noite de quinta-feira (27), no Distrito de Fazendinha, em Macapá. Na delegacia, os dois autores do homicídio, aparentemente menores, confessaram que estavam se vingando do agente.
Amaral teria interferido em um assalto no último domingo (23), impedindo a ação dos infratores, que teriam planejado revidar.
O assassinato ocorreu por volta das 19h, na entrada da área conhecida como Ponte do Apertadinho. De acordo com testemunhas, a vítima chegou até o local de moto, junto com a esposa.
Ao estacionar, Amarildo do Amaral e a companheira foram abordados pela dupla, que anunciou assalto. Em seguida, mesmo com o guarda tendo levantado as mãos, um dos bandidos efetuou um disparo que atingiu Amaral.
A esposa ainda teria tentado intervir, ficando na frente do marido, mas os criminosos a afastaram e consumaram o homicídio. O guarda ainda foi levado ao Hospital de Emergências de Santana, mas já chegou sem vida. A arma que o agente de segurança do município usava, que está legalizada, foi subtraída pelos infratores.
Momentos depois, moradores e guardas municipais, que rapidamente chegaram com apoio da Polícia Militar, conseguiram interceptar a fuga dos dois meliantes. Ambos confessaram em áudio a autoria do crime e que estavam se vingando de Amarildo do Amaral. Ouça:
A arma roubada do guarda não foi até o momento encontrada. De acordo com o comandante da Guarda Municipal de Macapá, inspetor Rui Secco, os infratores acusam um ao outro de ter escondido o revólver.
“Ele veio cumprir a palavra que deu [ de se vingar]. Covardemente, anunciou o assalto e não teve compaixão com a esposa do guarda. Entramos em contato com as nossas guarnições e, com apoio da população, fizemos a apreensão e foram entregues ao Ciosp do Pacoval”, explicou Secco.
O representantes da Guarda relatou ainda que a esposa do guarda Amaral precisou ser levada até uma UBS, tamanho o abalo emocional que sofrera.
“Não é justo, já perdemos dois companheiros esse ano em situação de violência”, desabafou o comandante.
O representante do Sindicato dos Guardas Municipais, guarda Guimarães, disse que, apesar da vítima estar armada, a categoria necessita com urgência que a prefeitura garanta o porte de arma para a corporação. Segundo ele, o armamento reduzia a vulnerabilidade dos agentes no dia a dia.
“Estamos revoltados, não é de hoje que sofremos esse tipo de situação. Pedimos que seja cumprida a lei. Como vamos fazer a segurança do município sem a nossa segurança? Falta boa vontade para armar a guarda. Nossa classe está indignada”, declarou o representante da categoria.
Foto de capa; arquivo pessoal