RODRIGO INDINHO
O cobrador e o motorista do ônibus da linha Universidade/Jardim Felicidade, da empresa Expresso Marco Zero, contestam a versão da passageira Dalcileide Nunes, de 55 anos, que fraturou o braço esquerdo ao cair do veículo, segundo ela, no momento em que o motorista deu a partida bruscamente. O caso ocorreu no fim da tarde de terça-feira (18), num ponto na zona norte de Macapá.
O portal SelesNafes.com foi até a sede da Expresso Marco Zero, onde foi informado que os representantes e encarregados não sabiam do ocorrido. Os funcionários que estavam no veículo quando aconteceu o acidente confirmam o caso, mas, dão outras versões para os fatos. Sem autorização da empresa, eles não puderam se identificar.
“Não arrancamos, quando o veículo saiu, um rapaz falou que uma mulher se acidentou, paramos, porém, a mulher não tinha escoriações e estava em pé, somente com a mão no braço. Imagino que ela tenha apenas batido na porta ao descer, e não caiu do ônibus no asfalto, como falado. Reconheço que nosso erro foi continuar no trajeto e não seguir as orientações da empresa para prestar socorro”, falou o cobrador, de 33 anos.
O motorista da empresa há 16 anos admitiu o erro e justifica o acidente pela falta de visibilidade durante o embarque e desembarque dos passageiros. O funcionário nega a versão da mulher e a omissão de socorro.
“Quando fui avisado, ela estava em pé e coçando o braço, aparentando estar bem, e, quando pedi desculpa, ela apenas indicou para eu ter mais atenção. Então, fiz o retorno e a moça estava balançando uma bandeira política, o que me fez seguir viagem, pois não aparentava nada grave. Por isso, continuei meu trabalho e não comuniquei à empresa”, relatou o motorista, de 42 anos.
A Expresso Marco Zero informou que os motoristas e cobradores são orientados a prestarem socorro, ficarem no local quando há vítima, registrarem boletim de ocorrência e fazerem relatório na empresa.
“Como a vítima não veio até a empresa, não sabíamos do caso, mas, estamos dispostos a prestar qualquer ajuda financeira ou moral. Quanto aos funcionários, eles serão ouvidos e serão aplicadas as punições devidas após conversarmos com os advogados da empresa”, afirmou a assessora jurídica Jennifer Salete.
Dalcileide contou que viajava com a neta, uma criança de 4 anos, do Bairro Novo Horizonte para o Bairro Açaí. Ela diz que quando ia desembarcar do ônibus, o motorista arrancou antes que ela pudesse descer. A mulher foi socorrida e levada ao Hospital de Emergências, onde foi constatada uma fratura e o deslocamento do braço.