SELES NAFES
A juíza Priscylla Peixoto Mendes, da 1ª Vara Criminal da cidade de Santana, indeferiu o pedido de revogação da prisão do empresário Elton Félix Gobi Lira, acusado de aplicar golpes em investidores da bolsa de valores. Por não ter paradeiro fixo e não manter seus endereços atualizados, a juíza entendeu que Lira não demonstrou compromisso com a Justiça.
A magistrada atua na ação penal movida pelo Ministério Público do Estado, que apurou o contrato de R$ 840 mil assinado entre as empresas dele e o Instituto de Previdência de Santana (Samprev).
Segundo a denúncia, mesmo sem autorização do Banco do Brasil, as empresas do Grupo Êxito receberam o dinheiro e não aplicaram no mercado de ações, situação semelhante a que aconteceu com investidores particulares e com prefeituras do interior do Pará e de Palmas (TO), totalizando mais de R$ 200 milhões de prejuízo.
Elton Lira foi preso em junho no ano passado, mas conseguiu uma habeas corpus em dezembro para responder em liberdade ao processo por estelionato e crime contra o sistema financeiro. Ele voltou a ser preso em maio, por ordem da Justiça Federal do Pará, porque não estava comparecendo às audiências.
Para a juíza de Santana, o fato de não manter endereços atualizados seria uma estratégia do empresário para escapar das obrigações com a justiça. Oficialmente, Lira estaria informando o Estado de Tocantins como domicílio. No entanto, ele acabou sendo preso em Icoaraci, distrito de Belém.
“Ressalto que o crime imputado ao réu representa comportamento gravíssimo, o que, por si só, esvai todos os predicados que a inicial destaca em relação ao acusado”, resumiu a juíza, em sua sentença proferida no dia 10 de setembro.
No dia 19 de setembro, o juiz federal Antônio Campelo também indeferiu a revogação de sua prisão por entender que a falta de comprovação de endereço ensejaria uma possível fuga.