SELES NAFES
O delegado geral da Polícia Civil do Amapá, Uberlândio Gomes, defendeu, na tarde desta sexta-feira (5), a ação dos policiais que abordaram assessores do candidato ao governo do Estado, Davi Alcolumbre (DEM). No entanto, ele negou qualquer tipo de ação para intimidar a esposa de Davi, a advogada Liana Andrade.
Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, o delegado explicou que a Polícia Civil vem auxiliando o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal no combate aos crimes eleitorais, por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP). E que na noite de ontem (4), vizinhos teriam denunciado um movimento estranho em uma casa no Bairro do Trem.
Ele não confirmou ser a residência de Davi Alcolumbre, mas admitiu que foi nessa ocorrência que houve a abordagem feita por um delegado e agentes. A denúncia dos vizinhos teria sido encaminhada à coordenação de eleições da Polícia Civil.
“O delegado se deslocou até o local e constatou alguma irregularidade que nós levaremos à tona brevemente. Havia atividades hostis que filmamos. Acionamos a PF, mas o delegado estava em outro atendimento e não havia nenhum agente federal”, comentou o delegado geral.
A orientação da Polícia Federal, segundo ele, foi permanecer no local para um possível flagrante. Depois de novas denúncias à noite, continuou, foi feita a abordagem de um veículo onde havia “militantes” (assessores) do candidato Davi Alcolumbre.
“Qual é o problema ser abordado pela polícia? O que há de errado com isso? Foi dentro da legalidade. Não vamos abordar dando flores. O carro foi revistado e não precisamos de mandado porque havia atitudes suspeitas”, disse o delegado, sem especificar quais atitudes. Os assessores acabaram liberados logo após a revista, e nenhum material proibido foi encontrado.
Esposa
Segundo o candidato Davi Alcolumbre, os assessores foram abordados com armas e revistados com truculência. A esposa dele, Liana Andrade, alegou que foi seguida e decidiu abordar o motorista de um carro suspeito para perguntar do que se tratava.
O homem, que aparentava ser um policial, teria descido armado e intimidado a esposa do candidato.
“Ela que abordou a polícia querendo saber o que estávamos fazendo. Nenhum cidadão está acima da lei. Todos nós podemos ser investigados e abordados. Um senador não é melhor do que ninguém”, ressaltou o delegado.
Uberlândio Gomes informou que todas as filmagens e relatório foram encaminhados para a Polícia Federal.
“A Polícia Civil não vai se melindrar com essa chantagem. Nosso papel é auxiliar os órgãos para que prevaleça a vontade popular nas urnas. Vamos continuar trabalhando até que esteja valendo a requisição do Tribunal Regional Eleitoral. Quem não deve não teme. Mais tarde eles verão as imagens”, concluiu.
Na tarde desta sexta-feira, o candidato Davi Alcolumbre e a esposa prestaram depoimento a respeito do ocorrido na sede da PF, em Macapá.