SELES NAFES
O ex-candidato a deputado estadual pelo PP do Amapá, Carlos Lobato, anunciou que irá se desfiliar do partido. O radialista, advogado e sociólogo disse que em nenhum momento teve o apoio da legenda e, nas palavras dele, “quando o combustível acabou, o avião veio abaixo”, metáfora usada para explicar que a falta de dinheiro prejudicou sua campanha nos momentos mais decisivos.
No total, Lobato teve 3.658 votos. Quase na reta final da campanha, ele tornou pública uma guerra particular travada com o próprio partido ao alegar que apenas outros candidatos foram beneficiados com vultosas quantias do fundo público de campanha.
Carlos Lobato avaliou que tinha onde buscar os votos, mas não tinha como buscá-los.
“Não vou parar. Aprendi a fazer política partidária, e vi que é preciso enfrentar os poderosos não apenas na campanha, mas dentro do próprio partido”, ponderou.
“Fiz campanha com discurso. O meu capital foram as ideias. Tive zero inserção no horário eleitoral do rádio e da TV, e nenhum centavo veio do partido que recebeu financiamento público”.
Lobato garantiu que toda a sua campanha a deputado estadual custou R$ 101 mil doados por amigos, e que isso ficará demonstrado durante a prestação de contas. Ele ainda não sabe em qual partido pretende se filiar.
Boca de urna
No sábado (6), o MPE anunciou que havia apreendido material e dinheiro supostamente para boca de urna de 13 candidatos, entre eles o próprio Carlos Lobato.
“Eu não dei dinheiro para ninguém fazer boca de urna. Primeiro porque eu não tinha, e segundo porque eu sou contra. Pegaram esse material junto com material de outros candidatos, mas do meu bolso não saiu nenhum centavo”, concluiu.
Lobato agradeceu os votos que teve, e revelou que agora se prepara para voltar a comandar o Tribuna da Cidade, programa de rádio que ele suspendeu durante a campanha eleitoral.