RODRIGO INDINHO
Nesta terça-feira (30), a Promotoria de Justiça Criminal e do Tribunal do Júri de Santana ofereceu à justiça denúncia contra os acusados do homicídio da jovem Tieli Alves Medeiros, de 25 anos e de tentativa de homicídio contra o lutador de MMA do UFC, Raulian Paiva, de 23 anos. Novos vídeos divulgados pela família reforçam a tese da acusação de que o atropelamento foi intencional.
O cabeleireiro Elber Nunes Zacheu, de 28 anos, e o professor de educação física, Johny de Souza Amoras, de 31 anos, responderão por vários crimes ocorridos na madrugada do dia 21 deste mês.
O MP-AP ofereceu denúncia baseado no crime de homicídio consumado triplamente qualificado (Motivo fútil, torpe e o recurso que dificultou a defesa do ofendido) contra Tieli e tentativa de homicídio com as mesmas qualificadoras a vítima Raulian, além de mais dois crimes previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), relacionados à omissão de socorro e por fugir do local.
De acordo com o Promotor Anderson Batista, com relação a Johny Amoras pesa ainda o crime de embriaguez ao volante comprovado pelo laudo de alcoolemia. Ele relata qual será o próximo passo.
“Com o oferecimento da denúncia vai se instaurar a ação penal propriamente dita, onde os dois réus terão oportunidade de trazer a versão de defesa, e após as oitivas de todas as testemunhas e do réu, espero que no primeiro semestre do próximo ano tenhamos um julgamento no Tribunal do Júri”, comentou o Promotor.
A família de Tieli esteve na Procuradoria-Geral de Justiça durante uma coletiva de imprensa na tarde desta terça. O irmão dela, Tiego Alves, disse que só espera por justiça e relatou que novos vídeos do dia do acidente contrariam a versão dos acusados. Um deles, de uma loja, mostra a moto do casal sendo seguida pelo carro em alta velocidade.
“Não queremos vingança, apenas justiça! Assistam os vídeos, tudo foi intencional. Todos de nossa família não conseguem nem dormir com a perda de minha irmã desta forma brutal. Queremos chamar a atenção das autoridades competentes para que eles paguem pelo que cometeram”, protestou Tiego.
Os acusados continuam presos no Iapen. Na semana passada, antes da morte de Tieli no Hospital de Santana após uma semana de internação, eles tiveram o habeas corpus negado. Caso sejam condenados, as penas mínimas são de mais de 20 anos de prisão.