SELES NAFES
O pivô do escândalo dos créditos podres na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) foi condenado a mais de 8 anos de prisão, em regime fechado, pela Justiça Federal no Pará pelo mesmo tipo de crime: estelionato. Walmo Maia Cardoso, que está na lista de procurados da Interpol, oferecia créditos que não existiam na Receita Federal.
Segundo o Ministério Público Federal no Pará, as empresas de Walmo Maia venderam créditos tributários inexistentes a empresas do Pará, Goiás e Tocantins, entre os anos de 2006 e 2008.
Os créditos fictícios da Receita Federal, no valor de quase R$ 1,2 milhão, estavam em nome da Serasse, empresa dele com sede no Bairro do Coqueiro (Belém), e de outras firmas. O grupo formado por Walmo e mais seis pessoas, todas condenadas, dizia que possuía até R$ 10 milhões para serem negociados, de acordo com denúncia do MPF.
As empresas compravam os créditos imaginando que poderiam quitar dívidas tributárias com a Receita Federal pagando apenas 30% do valor real, mas tudo não passava de golpe.
A denúncia contra o grupo foi recebida em setembro de 2010, e no último dia 8 o juiz Rubens Rollo de Oliveira, da 3ª Vara Criminal, proferiu sentença em 111 páginas. Walmo Maia e mais seis pessoas foram condenados a penas entre 5 e 8 anos de prisão. Walmo Maia foi condenado por estelionato a 8,4 anos.
No Amapá, o empresário é acusado de praticar o mesmo tipo de golpe na Alap, onde o contrato de R$ 11 milhões originou duas operações da Polícia Federal, a Créditos Podres, em 2015.
Em novembro de 2016, já foragido, o empresário concedeu entrevista exclusiva ao Portal SelesNafes.Com onde revelou ter medo de morrer e acusou deputados de receberem propina do esquema. O processo corre em segredo de justiça.