DA REDAÇÃO
O Amapá acaba de completar um ano à frente de um dos mais preocupantes índices de desemprego no país: a taxa de desocupação – medida trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No estudo mais recente, divulgado nesta quarta-feira (14), o Estado chegou ao percentual de 18,3% de pessoas desocupadas, em relação às que estão economicamente ativas. O índice é relativo ao 3º trimestre de 2018 e o 4º semestre seguido no qual o Amapá ficou com a maior taxa entre as Unidades da Federação.
O Estado amapaense é seguido por Sergipe (17,5%) e Alagoas (17,1%). As menores taxas de desocupação foram observadas em Santa Catarina (6,2%), Mato Grosso (6,7%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) – unidades cujas economias são fortemente baseadas na produção de alimentos, sobretudo no agronegócio.
A pesquisa também apontou que no 3º semestre de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho amapaense (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial) foi de 33,5%, o que representa 138 mil pessoas.
Piauí (39,9%), Maranhão (38,8%) e Bahia (38,5%) apresentaram as maiores taxas de subutilização e as menores taxas foram em Santa Catarina (11,2%), Mato Grosso (14,3%), Rio Grande do Sul (15,5%).
O Amapá apresentou o menor contingente de desalentados no terceiro trimestre de 2018 com 11 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade, valor estatisticamente estável em relação ao 2º trimestre de 2018 (14 mil). Os maiores contingentes estavam na Bahia (794 mil pessoas) e no Maranhão (523 mil).
Sem oportunidade
O percentual de pessoas desalentadas, ou seja, as que ficaram o período sem trabalho por não ter experiência ou qualificação, por serem jovens ou idosas, ou não havia vagas na localidade em que residia, foi de 2,6% – no semestre anterior esta taxa foi de 3,5%).
Setor privado
No setor privado do Amapá, 67,3% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada (estabilidade frente ao 3º trimestre de 2017). Ou seja, até o final de setembro, eram 34 mil pessoas empregadas no setor privado sem carteira assinada no Amapá (32,7). Esse número cresceu 8,3% em relação ao trimestre anterior, uma alta de 3 mil pessoas. Frente ao 3º trimestre de 2017, o aumento foi de 21% (6 mil pessoas).
No terceiro trimestre de 2018, 308 mil pessoas estavam ocupadas, sendo 64,3% de empregados (incluindo empregados domésticos), 2,4% de empregadores, 31,5% de pessoas que trabalharam por conta própria e 1,8% de trabalhadores familiares auxiliares.
Mulheres
A taxa de desocupação no Amapá, no 3º trimestre de 2018, foi de 18,3%, mas com diferenças significativas entre homens (14,7%) e mulheres (23,2%). Este comportamento foi observado nas cinco Grandes Regiões. As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho, no Amapá (64,2%) e isso se repetiu tanto na média nacional (66,2%) quanto em todas as regiões.
As mulheres eram maioria na população em idade de trabalhar no Amapá (50,8%) no 3º semestre. Porém, entre as pessoas ocupadas, predominavam os homens (60,2%).
O nível da ocupação dos homens no Amapá foi de 61,4% e o das mulheres de 39,4%, no período. Já na população desocupada, no terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram maioria no Estado (53,7%). Em
Pretos e pardos
O contingente dos desocupados no Amapá no 1º trimestre de 2012 era de 39 mil pessoas, quando os pardos representavam 72% dessa população, seguidos dos brancos (22,9%) e dos pretos (4,7%). No 3º trimestre de 2018, esse contingente subiu para 69 mil pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 75,8%; a dos brancos reduziu para 14,2% e dos pretos subiu para 8,8%.
A taxa de desocupação, no terceiro trimestre de 2018, dos que se declararam brancos (16,1%) e pretos (16,7%) ficou abaixo da média estadual (18,3%). Porém, a dos pardos (18,9%) ficou acima. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 12,5%, a dos pretos correspondia a 7,4%, a dos pardos a 12,7% e a dos brancos era 13,8%.
No terceiro trimestre de 2018, os pardos representavam 76,8% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (16,5%) e pelos pretos (6,5%).
Foto de capa: Divulgação