ANDRÉ SILVA
O Amapá gastou em 2017, R$ 2,94 por dia com despesas de saúde para cada habitante do Estado. Por ano, o valor somado chega a R$ 1.060,11, o que coloca o estado em 12º no ranking de gastos entre os estados da Federação. Os dados foram divulgados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Macapá, a capital, de acordo com os dados, ocupa a 26ª posição no ranking das capitais. Os gastos em 2017, por habitante, foram de R$ 156,67 por ano. Por dia, os gastos chegam a quase R$ 0,45.
É a primeira vez que o CFM fez esse tipo de levantamento. Para chegar a esse resultado foram relacionadas as transferências de recursos do governo federal para os estados e municípios de 2008 a 2017.
A maior parte dos recursos da saúde é de origem federal. Contudo, o levantamento não subtraiu do cálculo os usuários de planos de saúde que não dependem da rede pública.
Mesmo assim, o Conselho Regional de Medicina do Amapá (CRM) considera que os gastos são poucos diante da realidade do Estado.
“Esses valores estão muito aquém da necessidade. Se fala, e há muito tempo, que precisa melhorar o financiamento da saúde, mas precisa ter uma melhor gestão desses recursos, só assim é possível melhorar a assistência”, avaliou o presidente do CRM, Eduardo Monteiro.
Para o presidente, o Amapá, assim como todo o Brasil, passa por uma grande crise, se relacionados os investimentos em saúde e os gastos nesse setor. Isso acarreta em déficit de leitos, desabastecimento de insumos e correlatos e de equipamentos nos hospitais públicos.
“Eu já fui diretor do HE e sei as dificuldades de lá. O HE só tem 106 leitos cadastrados, mas chegamos a ter 160 a 170 pacientes internados. O estado não recebe por esses pacientes fora do leito”, lembrou o presidente.
O investimento em pessoal também é outro ponto que precisa receber melhor atenção do governo, pois faltam profissionais especializados em áreas especificas da medicina no estado.
“Falta médico aqui. O ideal é termos dois médicos para cada mil habitantes, aqui temos pouco mais de um médico por cada mil habitantes. Ainda temos uma grande carência de especialistas aqui”, concluiu.