ANDRÉ SILVA
Advogado de defesa do motorista que atropelou e matou Tiely Alves Medeiros, de 25 anos, no município de Santana, no Amapá, disse que a denúncia do Ministério Público por homicídio doloso é tendenciosa. Ele tenta substituir a tipificação do crime para embriaguez ao volante.
O advogado Renato Nery, que defende o condutor e proprietário do veículo Johny de Souza Amoras, de 31 anos, afirmou em entrevista ao Portal SelesNafes.Com que a acusação não contém fatos relevantes do dia do ocorrido, como por exemplo, o fato de a cena do crime ter sido alterada antes da perícia e o condutor da motocicleta, Raulian Paiva, não ser habilitado.
“O MP silenciou-se a respeito do crime de tortura, que tem vídeo gravado, e que inclusive foi objeto da imprensa. O MP não pediu novas diligências sobre esse crime. O delegado não investigou, então, na visão da defesa, houve uma parcialidade tão somente na acusação de Jhony e seu carona”, alegou o advogado.
Nery disse ainda que a mudança da cena impossibilitou a conclusão da perícia realizada pela Polícia Técnico-Cientifica. Apesar de um vídeo que mostra a moto do casal sendo arrastada por vários metros pelo carro do réu, na visão dele Jonhy não tinha a intenção de matar Tiely.
Ele sustenta que o que aconteceu foi um acidente de trânsito causado por embriaguez, e vai pedir a mudança na tipificação do crime.
“Tão somente embriaguez e excesso de velocidade ocasionaram o sinistro na visão da defesa”, resumiu.
O advogado afirmou ainda que, se for necessário, vai solicitar uma perícia particular para tentar provar a inocência do cliente.
Renato Nery informou que aguarda o julgamento de um habeas corpus que pede a retirada da competência do Tribunal do Júri de Santana do caso.
Tiely Alves Medeiros, de 25 anos, e o namorado, o lutador de MMA Raulian Paiva, estavam em um bar no município de Santana. O lutador teria se envolvido em uma confusão com o amigo do condutor, o cabeleireiro Elber Nunes Zacheu, de 28 anos, ainda no bar.
O casal saiu do local com uma motocicleta e teriam sido perseguidos e atingidos. Tiely chegou a ficar uma semana internada, mas não resistiu aos ferimentos.