SELES NAFES
O novo titular da 10ª Delegacia de Polícia de Fazendinha, delegado Júlio César Darques, recebeu moradores da comunidade preocupados com a quantidade de crimes na região. E apesar de todos terem pelo menos um caso para contar de roubo ou furto, o delegado ficou surpreso ao descobrir que nenhum deles havia sequer registrado queixa na polícia.
O encontro aconteceu na última terça-feira (30) com representantes da comunidade do Igarapé da Fortaleza, distrito que fica no limite entre os municípios de Macapá e Santana.
Além do delegado, os moradores conheceram os policiais que ficarão encarregados das investigações, alguns deles recém-contratados pelo governo do Estado em concurso público.
Ao mesmo tempo em que é um lugar bucólico e aparentemente pacífico, Fazendinha tem seus problemas com roubos, furtos e até com tráfico de drogas, não é isso?
Sim. Existe uma mística de que Fazendinha é apenas o vilarejo, e não é. Temos uma área de abrangência que começa depois do Parque Felicitá e vai até o Igarapé da Fortaleza. Tem uma vizinhança com características rurais, mas nem por isso é uma área tranquila.
O que as lideranças lhe falaram no encontro?
Manifestaram a inquietude em relação a alguns furtos. Mas das 18 pessoas na reunião, nenhuma tinha registrado ocorrência dos fatos. O encontro foi uma oportunidade de dar algumas orientações, principalmente sobre fazer as ocorrências. Um caso ou outro a gente toma conhecimento sem o registro, mas é preciso comunicar sempre. Precisamos disso, até porque quem está inserido na comunidade é que sabe quem está praticando os delitos, quem está comprando….Com essa informação temos mais condições de fazer nosso trabalho de levantamento de informações e investigação com mais eficiência…
Mas essa falta de oficialização do crime, ou seja, do boletim de ocorrência é fruto da descrença da comunidade, não?
Tem isso também sem dúvida. As vezes a investigação não dá em nada porque o caso específico não permitiu a elucidação. Mas sem a comunicação não temos como direcionar as investigações e nem coletar as informações. Por isso é essencial a ocorrência.
O senhor vai ficar exclusivo em Fazendinha?
Eu estava acumulando Fazendinha e Porto Grande desde junho, mas com a nomeação dos novos delegados estou exclusivo aqui desde setembro. Além disso sou morador aqui da região, e isso é um ponto positivo porque muitas pessoas dessas comunidades já me conhecem e interagem comigo com um nível de confiança diferenciado por ser com alguém que está mais próximo.