RODRIGO INDINHO e OLHO DE BOTO
O ex-vereador e advogado Washington Picanço foi conduzido no começo da noite desta quarta-feira (7) até o Ciosp do Pacoval, acusado de ter levado a um preso do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) telefones celulares e carregadores.
Neste momento, o delegado José Manoel Pacheco, que atende o caso, ouve depoimentos e não informou sobre nenhuma decisão.
O próprio advogado, que conversou com o portal SelesNafes.com na entrada da delegacia, contou que foi abordado por agentes após ter saído de uma entrevista com um cliente no parlatório do Iapen.
“Entrei com outro detento antes no setor administrativo para pegar informações prisionais. Quando eu vi, saíram dois tiros e esse detento foi preso e me pediram para acompanhar a guarnição e foram apresentados dois celulares, uma mina de carregadores e fones de ouvido”, disse Picanço.
O ex-parlamentar, que está acompanhado da Comissão de Prerrogativas da OAB-AP, diz que acredita que o caso se trata de uma situação forjada.
“Ia pedir a transferência do irmão desse detento para a cela dele porque ele foi preso no sábado e estava na triagem, estava nessa área, no setor administrativo”, complementou Picanço.
De acordo com informações repassadas pelo Iapen, em relatório, essa não seria a primeira vez que esse tipo de situação envolvendo o advogado e seu estagiário, José do Espírito Santo da Silva, acontece.
No dia 8 de outubro, pela manhã, o preso Francelchine Lira dos Santos foi flagrado saindo do parlatório após atendimento jurídico, com um celular. A entrevista com o interno foi solicitada por Washington Picanço e, de acordo com a agente de plantão, quem realizou o atendimento foi José do Espírito Santo da Silva.
Sobre a condução, o advogado contou ainda que passou pelo detector de metais ao entrar no Iapen e que o sinal foi acionado porque estava com o celular pessoal e a chave do seu carro. Porém, mesmo assim, a agente permitiu sua entrada.
“Apitou e a agente não pediu pra mim retornar. Ela inclusive registrou que eu entrei com meu celular pessoal e está sendo atribuído a mim a responsabilidade de ter passado [os celulares], supostamente, pra esse detento”, disse Washington Picanço.
O advogado disse ainda que acredita que será aberto um procedimento contra ele e o preso, mas que pretende provar sua inocência
“Eu creio que se trata de um flagrante forjado, afim de desmoralizar a advocacia. E não foi apreendido nada em minha posse, não tem prova nenhuma que eu estaria passando”, finalizou.