Falta de higiene em capacetes põe saúde de passageiros em risco

CTMac diz que uso de toucas é opcional; vigilância em saúde alerta para doenças como as dermatológicas e de veiculação hídrica
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RODRIGO INDINHO

Usuários de mototáxis reclamam do odor nos capacetes de alguns trabalhadores que circulam fazendo o transporte alternativo em Macapá. A falta de manutenção e higienização seria o que ocasiona o desconforto e a preocupação com os problemas de saúde que o desleixo pode causar para os passageiros.

Fedor e ausência de fivela são algumas das reclamações de passageiros Foto: Rodrigo Indinho

O acadêmico de enfermagem Victor Bruno, de 20 anos, constantemente precisa utilizar o transporte para se locomover. Ele afirma que os capacetes às vezes estão com odor insuportável e que os mototáxis deveriam melhorar a higienização dos acessórios.

“Inúmeras pessoas usam e não sabemos se tem alguma doença. Como todo capacete tem data de validade, deveria haver a fiscalização para observar as vizeiras e a fivela de segurança. Já o cliente deve exigir pelo menos uma touca. Claro que é o ganha pão do trabalhador, mas deviam ser mais atenciosos com o usuário e não pensar só no bolso”, opinou o estudante.

Victor Bruno: serviço deveria melhorar Foto: Rodrigo Indinho

Trabalhadores

Mototaxista há sete anos, Robson Lopes, de 32 anos, diz que a limpeza do equipamento de segurança é uma das suas preocupações diárias e que preza pelo bem estar do cliente.

“O passageiro me faz pagar minhas contas, por isso busco manter minha moto, que é minha empresa, sempre alinhada e disponibilizo assessórios de higiene e segurança sempre para que nenhum passageiro reclame e aprove o serviço. Busco realizar a limpeza dos capacetes sempre ao final do expediente, e infelizmente nem todos pensam assim, mas a grande maioria dos companheiros sim”, disse.

Robson Lopes (mototaxista): limpeza e segurança são preocupações diárias Foto: Rodrigo Indinho

Companhia de Trânsito e Transportes de Macapá (CTMac)

Em nota, a CTMac informou que, atualmente, estão cadastrados 2005 mototaxistas na cidade de Macapá. E que a touca descartável é de uso opcional do profissional. A única exigência é de manter boas condições de uso e higiene do capacete. As fiscalizações de todos os equipamentos de uso da categoria são realizadas a cada seis meses, sendo vistoriados também durante as ações de fiscalização nas ruas.

CTMac informou que fiscalização é anual dos veículos. Uso de touca não é obrigatório Foto: Rodrigo Indinho

Perigos para a saúde

A biomédica Rosilene Malcher, especialista em microbiologia e mestre em doenças infecciosas e parasitárias, afirma que o ideal seria que cada pessoa tivesse o seu próprio capacete para evitar riscos. Além da eventual transmissão de micose, diz, há riscos de se contrair gripe, resfriado, catapora, meningite, entre outros males.

“Como o uso individual não acontece, fica inviável não haver uma contaminação, mesmo usando o gorro. A indicação é usar máscara pois a pessoa espirra e saem gotículas de saliva, inclusive pelas narinas que transmitem vírus. Todas as medidas de higienização são recomendáveis”, orientou a biomédica, que trabalha na vigilância laboratorial da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS).

Rosilene Malcher (biomédica): população acaba se expondo a doenças como micoses, seborreia e gripes Foto: ascom SVS

Limpeza e manutenção

Higienizar o capacete diariamente é uma maneira de minimizar a ação de fungos e bactérias, mas a prática requer tempo de pelo menos três horas e disciplina.

Seles Nafes
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