Pedido de anulação dos votos do PSC é rejeitado no TRE

Juiz considerou que laudo da PF não retira incerteza
Compartilhamentos

SELES NAFES

O juiz eleitoral Hilton Sávio Gonçalo Pires, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP), negou liminar ao ex-presidente estadual do PSC no Amapá, pastor Valdenor Guedes, que pretendia anular os votos da própria legenda nas eleições deste ano. Ele afirma que teve sua assinatura falsificada em uma procuração durante o processo eleitoral.

Ao mesmo tempo em que acusa a “negativa de autoria”, o laudo grafotécnico da Polícia Federal não teria afastado a incerteza de uma possível “autofalsificação”, disse o magistrado. O caso ainda será julgado pelo colegiado do TRE.

“Isso porque o método possui limitações intrínsecas…(…) Como o grau de habilidade gráfica do Sr. Valdenor corresponde ao necessário para produzir lançamentos semelhantes aos questionados (mediante treino e da possibilidade de eventual intenção em negar a autoria), não se pode excluir a possibilidade de autofalsificação”, comentou o magistrado em trecho da decisão publicada no Diário Eletrônico da Justiça, nesta terça-feira (6).

O caso é a ponta que vaza de uma crise interna no PSC, envolvendo o ex-presidente da legenda, Valdenor Guedes; e o atual, o deputado estadual Pedro da Lua. Pedro da Lua diz que Valdenor tenta se vingar por não ter concorrido ao cargo de Senador pelo partido, como desejava.

Valdenor Guedes, que irá se pronunciar ao Portal SN somente nesta quarta-feira (7), por meio do advogado Marcelino Freitas, esperou o término da eleição para levar o caso à Polícia Federal e depois à Justiça Eleitoral.

Pastor e ex-presidente do PSC, Valdenor Guedes. Foto: Reprodução Pantanal Macapá

Pedro da Lua: tirar amarelas marcam onde Valdenor Guedes assinou

Na mesma decisão que rejeitou o pedido dele, o juiz negou ao PR a entrada no processo. O PR tem motivos de sobra para desejar a anulação dos votos do PSC porque, se isso ocorrer, Patrícia Ferraz será empossada como deputada federal no lugar de André Abdon (PP), que perderá a vaga por não alcançar o coeficiente eleitoral. PR, PP e PSC estavam na mesma coligação de deputado estadual e federal.

Nesta terça, Pedro da Lua reafirmou que a procuração foi assinada por Valdenor Guedes e reconhecida em cartório junto com outras 32 páginas durante o processo de formação da coligação. O advogado do PSC, Ribanês de Aguiar, que cuidou de todo o processo de legalização do PSC na Justiça Eleitoral, desmentiu Valdenor Guedes. O pastor afirmou no processo não se encontrava com o advogado havia pelo menos dois anos. 

O deputado estadual adiantou que pretende processar Valdenor Guedes por denunciação caluniosa, com pedido de indenização por danos morais.  

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!