SELES NAFES
O empresário Walmo Maia Cardoso, que está foragido da justiça no Amapá, foi condenado no Estado do Pará também pela venda de créditos tributários inexistentes. Durante o curso do processo, que tramitava desde 2010, vítimas disseram ter comprado créditos entre R$ 50 mil e R$ 700 mil, valores à época.
De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal no Pará, o golpe teria sido aplicado nos estados do Pará, Tocantins e Goiás. Durante a instrução do processo, o empresário negou todas as acusações.
Outras seis pessoas também foram acusadas de integrar o grupo que seria dividido em dois escalões: em nível superior o principal nome seria o de Walmo Maia Cardoso.
No segundo escalão, estariam outros membros, todos encarregados de encontrar clientes e fechar contratos de compra e venda dos créditos que pertenceriam a uma das empresas de Walmo Maia para amortização de dívidas tributárias.
O juiz Rubens D’Rollo, da 3ª Vara Federal Criminal do Pará, condenou todos os envolvidos a penas entre 4 anos e 8 anos de prisão, em regime fechado, além do pagamento de multa.
Waldo Maia é procurado pela Interpol. No Amapá, a Assembleia Legislativa pagou a ele cerca de R$ 11 milhões por créditos na Receita Federal que seriam da empresa dele. A Alap alegou que queria amortizar dívidas tributárias, mas os créditos também não existiam.
A transação com a Assembleia gerou três fases da Operação Créditos Podres, ocorrida entre os anos de 2015 e 2016.
Sócios da Sigma, outra empresa de Walmo Maia usada para a negociação com a Alap, chegaram a ser presos preventivamente e ainda respondem ao processo.
Em novembro de 2016, Walmo Maia chegou a conceder uma entrevista exclusiva ao Portal SN quando estava foragido. Ele revelou temia pela segurança da família, e acusou empresários e deputados de integrarem o esquema que originou a Créditos Podres.
Na mesma entrevista, disse que o Amapá era “apenas a ponta da besteira em que me meti. O fio no novelo vai longe”.