SELES NAFES
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reuniu centenas de filiados a sindicatos de servidores do Amapá para nivelar informações sobre o processo de transposição aos quadros da União. Mais de dois mil servidores já foram transferidos, mas o processo é muito burocrático e lento. E ainda há a incerteza sobre qual será o entendimento do governo Bolsonaro sobre o assunto.
“Ele pode ajudar a acelerar, e pode também causar embaraço porque traz oneração de folha, e essa é a nossa maior preocupação”, comentou o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amapá, Audrey Cardoso, que também integra a comissão de transposição nomeada pelo Ministério do Planejamento.
O encontro organizado pelo senador Randolfe Rodrigues lotou o principal auditório do Sebrae de Macapá, na noite de sexta-feira (23), e foi uma espécie de prestação de contas de todo o processo de transposição.
“A presença das pessoas aqui mostra o tamanho dessa expectativa”, observou Randolfe, que foi o relator da emenda 98.
Os dados levantados pelo parlamentar sobre os efeitos das emendas 79 e 98 revelaram que até agora mais de 2 mil passaram para os quadros da União, representando uma economia de R$ 220 milhões para o governo do Estado e prefeituras.
Dos 7 mil processos recebidos pelo governo federal com base na emenda 79, mais de 5,9 mil foram analisados até agora, e mais de 3,4 mil foram indeferidos. No entanto, 2.610 foram aprovados.
Com base na emenda 98, que enquadra outras carreiras, 19,8 mil processos foram recebidos pelo governo federal, apenas 79 foram deferidos. O governo do Amapá informou que até 30 de novembro deve finalizar a digitalização de todos os processos, porém, a capacidade de transmissão diária é de apenas 50 arquivos.
“Estamos atualizando os números de quantos já passaram para a União, e vamos orientar os processos que foram indeferidos e deferidos. Vamos tentar acalmar sobre o tempo que virá. Há muita insegurança”, comentou ele, referindo-se também ao governo Bolsonaro.
Expectativa
Um dos servidores que está na expectativa é o agente administrativo José Orlando. Ele já está com o processo aprovado para estar no quadro federal, mas aguarda o desfecho com o reenquadramento para a função de auxiliar de perito da Polícia Civil, função que na prática ele já desempenha há mais de 35 anos.
“Só falta sair na ata. Estou esperando, mas é muito devagar”, queixou-se.
Apesar de o processo já ter sido concluído para centenas de servidores, muitos estão paralisados por falta de um presidente na Comissão de Transposição.
“Processo tem ocorrido de forma transparente porque a comissão tem prestado contas. Tivemos problemas agora porque estamos sem o presidente que foi exonerado para ocupar outro cargo. Isso emperrou um pouco, e estamos pedindo que o senador Randolfe pressione o Ministério do Planejamento para que a comissão volte a estar formada”, concluiu Audrey Cardoso.
O processo de transposição começou em 2015. Só o governo espera economizar R$ 190 milhões por ano. A prefeitura já está economizando R$ 35 milhões.