SELES NAFES
O colegiado do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TER-AP) deve decidir na sexta-feira (9) se anula ou não os votos que o PSC teve na eleição de outubro. Tudo por conta da polêmica sobre a suposta falsificação de uma assinatura do ex-presidente do PSC, o pastor Valdenor Guedes.
Foi o próprio pastor quem levantou a questão depois da eleição, colocando sob suspeita o atual presidente da legenda, o deputado estadual Pedro Da Lua.
Um laudo polêmico, emitido pela perícia da Polícia Federal no processo movido por Valdenor Guedes só colocou mais temperatura na crise. Ao mesmo em que afirma que a assinatura numa procuração não pertence ao pastor, o próprio perito deixou claro no laudo a possibilidade de ter havido “autofalsificação”.
No último dia 5, o juiz eleitoral Hilton Pires levou essa incerteza em consideração ao indeferir pedido de Valdenor Guedes que resultaria na anulação dos votos. A defesa do pastor ingressou com recurso que será julgado pelo colegiado nesta sexta.
“Durante a perícia a pessoa é chamada a assinar o próprio nome várias vezes em frente ao perito. Caso o Valdenor Guedes tivesse tremido a mão (para autofalsificar) isso teria sido detectado pelo perito em seu laudo. O perito diz que a assinatura não é dele”, comentou pela manhã o advogado Marcelino Freitas, apesar da observação do perito da PF para a possibilidade de autofalsifcação.
Pedro Da Lua afirmou que o pastor está sendo motivado por um sentimento de vingança política por ter, supostamente, sido impedido de disputar o Senado pelo PSC.
“Ele (Valdenor Guedes) não tem interesse nenhum no pleito, tanto é que não concorreu. (…) Ele está questionando agora porque desconhecia a falsificação”, garantiu o advogado, que acredita na reversão da decisão da primeira instância que favoreceu o PSC.
Existem muitos interesses no resultado desse imbróglio jurídico. Se os votos do PSC forem invalidados pelo TRE, a coligação não alcançará o coeficiente mínimo de votos para eleger um deputado federal, ou seja, o deputado federal reeleito pela coligação, André Abdon (PP), poderá ficar sem o novo mandato, sendo substituído nesse cenário por Patrícia Ferraz (PR).
A composição na Assembleia também será modificada. O deputado eleito Zezinho Tupinambá (PSC), que teve 4.184 votos, também será atingido. Quem deverá assumir no lugar dele será Fabrício Furlan (PCdoB).