RODRIGO INDINHO
Quatro meses após pagar até R$ 3 no litro do açaí, consumidores estão tendo que desembolsar nas batedeiras de R$ 10 a até R$ 28, no caso do chamado “açaí especial”, durante a entressafra do fruto no Amapá. Os preços são alvo de reclamação por boa parte da população.
Neste período, o custo alto da saca exportada do vizinho Estado do Pará, que gira entorno de R$ 240 a R$ 300, é o principal fator para a elevação do preço final.
A estudante Eloyana Quaresma, de 26 anos, diz que em sua casa toda a família consome a vitamina do açaí. Ela alega que às vezes não pode comprar o produto pelo valor alto e sugere uma fiscalização.
“Eu e toda minha família gostamos muito de açaí, se pudéssemos compraríamos todos os dias. Infelizmente, está muito caro, então temos que fazer a coleta para saciar a vontade diária. Aqui, por exemplo, comprei a R$ 12. Se houvesse fiscalização seria bem melhor e os preços ficariam com certeza mais acessíveis”, sugeriu a jovem.
Há 15 anos vendendo açaí na área Central da capital, o empreendedor Edmilson Barbosa, de 64 anos, comercializa atualmente o litro comum no valor de R$ 14 e o especial a R$ 28. Segundo o batedor é necessário fazer a alternância nos valores para se obter lucros.
“Tenho quatro funcionários e aqui temos rígidos processos de higienização e preparação. No total são cinco, antes dos caroços irem para a batedeira. Como estamos na entressafra, precisamos subir o valor para lucrar, senão teremos prejuízos. Podemos garantir que nossos consumidores tem o melhor produto em sua mesa”, disse o empreendedor.
Fiscalização
Em nota, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon/AP) informou que até o momento não recebeu nenhuma denúncia efetiva sobre este segmento, alegando o aumento abusivo do valor do litro do açaí.
O órgão enfatiza que se for constatado preço abusivo, o proprietário receberá um auto de infração e responderá administrativamente.
A população pode colaborar fazendo denúncias através do número 151.