Através de software, Polícia Civil identifica 5 mil focos de desmatamento no AP

Monitoramento é feito por um aplicativo chamado Global Forest Watch (GFW), que facilita o patrulhamento de regiões florestais densas.
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DA REDAÇÃO

Com a ajuda de uma nova tecnologia via satélite, a Polícia Civil do Amapá identificou mais de 5 mil focos de desmatamento em regiões florestais. O Amapá é considerado o Estado mais preservado do Brasil, com 93% da cobertura vegetal intacta.

O trabalho é da equipe da Delegacia do Meio Ambiente (Dema), que passou a utilizar uma tecnologia de mapas via satélite exibidos por um aplicativo de smartphone chamado Global Forest Watch (GFW).

A degradação ocorre através de corte de árvores centenárias, por madeireiros, ou incêndios criminosos

Com a utilização da ferramenta, a polícia já realizou, desde o mês de junho deste ano, mais de 50 ações de combate ao desmatamento no Estado. Segundo o World Resources Institute (WRI), desenvolvedor do software, a polícia amapaense é a instituição que mais utiliza a ferramenta no combate a crimes ambientais, passando ser a instituição mais efetiva no combate a crimes ambientais, no mundo, com o uso do aplicativo.

Área no Ariri, região Rural de Macapá, degradada pela ação de madeireiros

Com uma equipe formada por 12 membros, a delegacia patrulha uma área florestal de 142.815 quilômetros quadrados no Amapá, equivalente ao tamanho do Nepal, país asiático localizado entre a China e a Índia.

De acordo com o delegado Leonardo Brito, titular da Dema, a degradação ocorre através de corte de árvores centenárias, por madeireiros, ou incêndios criminosos.

Segundo ele, sem a utilização da ferramenta, a equipe só conseguia investigar crimes de desmatamento próximos da margem da floresta ou reclamações dos membros da comunidade relacionados a conflitos de terra.

Delegado Leonardo Brito, da Dema, chefia equipe que monitora uma região do tamanho do Nepal

“Os mapas disponíveis na internet eram de imagens atualizadas com pouca frequência. Quando chegavam ao local de possíveis crimes, os policiais não encontravam mais ninguém, os madeireiros já haviam migrado para outro local. Todas as opções que encontrávamos tinham mapas que demoravam até três meses para serem atualizados, além de apresentarem imagens de baixa resolução”, expôs o delegado.

O Global Forest Watch possui um funcionamento similar ao Google Maps e Earth, trazendo imagens via satélite de áreas selecionadas pelos usuários. Seu foco em florestas densas, porém, o torna diferente de outras opções, pois é desenhado especificamente para o uso off-line, o que ajuda na localização precisa das áreas identificadas como alvo de crimes ambientais no meio da floresta.

A ferramenta combina recursos do sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia Legal, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com a atualização de imagens via satélite pela Nasa, a agência espacial dos Estado Unidos da América.

Floresta destruída por incêndio. Imagem de drone da Polícia Civil

Brito relata que, com a ajuda do aplicativo, é possível identificar incêndios criminosos em áreas florestais em até quatro horas e, áreas de desmatamento em até três dias após o início. Isto possibilita que a Polícia Civil realize o flagrante da ação. A equipe policial combina o uso do aplicativo com a utilização de um drone para vigilância e identificação ao vivo de áreas que estão sendo ilegalmente exploradas.

Em junho deste ano, a delegacia prendeu oito pessoas, entre garimpeiros, empresários e gerentes de empresas, que praticavam atividades ilegais na comunidade do Ariri, na área rural de Macapá.

“Além de prender os infratores da legislação ambiental, apreendemos motosserras, caminhões e todos os materiais que eram utilizados no ato”, relatou Leonardo Brito.

Fotos: Divulgação/Polícia Civil e Ascom/GEA

Seles Nafes
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