Com suspeita de rapto solta, pais temem por bebê

“Ela colocou minha filha dentro de uma sacola plástica. Assim que demos falta da minha filha, percebemos que ela havia sido levada”, relatou a mãe da vítima
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ANDRÉ SILVA

“Ela agradava muito minha filha. Está aqui desde que ela nasceu… ficava chamando de minha bebezinha, agradando ela…”.

O relato é de Saramay Costa Pereira, de 18 anos. Ela é mãe da criança recém-nascida que foi raptada na última quarta-feira (26), da frente de casa, no Bairro Marabaixo 3, zona oeste de Macapá.

Saramay relatou ao Portal SelesNafes.Com os momentos difíceis que viveu durante as cinco horas que a criança ficou desaparecida. Ela disse que já havia desconfiado das intenções de Neide Nascimento, de 23 anos, a mulher que levou a criança.

A acusada, que é tia da criança, chegou a ser presa, mas depois de prestar depoimento, já com a presença de duas advogadas, foi liberada.

Momento em que bebê é devolvida à avó materna pela PM. Foto: Olho de Boto

Assim que a bebê nasceu, Saramay sentiu que a aproximação e o interesse pelo bem-estar da criança aumentaram.

“Ela disse para o marido que estava grávida, mas a barriga dela não crescia. A única pessoa que viu a barriga dela foi minha vizinha que disse que ela chegou a dar mama para a minha filha”, contou a mãe.

O sumiço

“A minha irmã tinha caído e sujado a mão. Fui lá dentro com ela e deixei minha filha só um instante na frente de casa. Quando voltei, ela tinha sumido”, lembrou.

A jovem disse que o marido estava um pouco distante do local do desaparecimento, mas ele lembrou de quando a tia passou por ele com uma sacola nas mãos.

“Ela colocou minha filha dentro de uma sacola plástica. Assim que demos falta da minha filha, percebemos que ela havia sido levada. Ela estava enrolada com a mantinha verde que sumiu. Depois de um tempo ela (Neide) apareceu fingindo que não sabia o que tinha acontecido. Sem a gente perceber, ela jogou a mantinha da minha filha em baixo da mesa. Foi quando eu percebi que tinha sido ela”, lembrou.

As buscas

As buscas pela criança começaram assim que a notícia do desaparecimento se espalhou, sobretudo nas redes sociais. Imediatamente, o pai e os parentes da criança iniciaram uma incursão em uma mata que fica localizada atrás da casa onde eles moram.

Neide é conduzida pela PM após sumiço de 5 horas da criança: defesa alega que houve um equívoco. Foto: Olho de Boto

De acordo com a versão de Saramay, depois de ter levado a criança e voltado ao local do crime, Neide Nascimento pegou um táxi e foi até uma casa no Marabaixo III para buscar a única filha que tem. Segundo Saramay, a intenção era apagar pistas que os levassem até a casa de uma parente dela, no Bairro Jesus de Nazaré, na região central de Macapá, onde depois a criança foi encontrada por policiais militares.

“A única pessoa que poderia dizer onde ela estava morando era a filha dela. Mas, quando percebeu que a menina não estava lá e, sim, aqui conosco, ela tentou fugir. Foi quando uma ‘vuca’ [muitas pessoas] que estava procurando a minha filha parou ela”, relembrou.

Alexandro de Jesus, 19 anos, pai da vítima e sobrinho de Neide, contou que conseguiu o contato do taxista que havia feito a viagem para a sequestradora, e pediu que ele os indicasse o local onde ela havia escondido a criança. Depois de reconhecida e resgatada, a criança foi entregue à mãe e à avó materna pela PM.

Mãe diz que a tia voltou a rondar o bairro Marabaixo III

A acusada

O sobrinho da acusada contou que a tia nunca foi próxima da família. Disse que ela só costuma aparecer em época de festas. Neide Nascimento teria dito a família que é casada, mas o marido nunca teria sido apresentado.

As advogadas da mulher disseram que tudo não passou de um mal entendido, mas ela foi indiciada. A família teme pela segurança da criança, porque Neide estaria hospedada em uma casa próxima de onde a criança foi levada, no Marabaixo III.

Seles Nafes
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