Criança teria sido estuprada enquanto monitor assistia jogo, diz delegado

O ato de violência contra o adolescente foi registrado por câmeras de segurança. Outras vítimas também teriam relatado abusos
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RODRIGO INDINHO

A Polícia Civil do Amapá investiga casos de abuso sexual entre jovens na Casa Abrigo Marluza Araújo, que funciona no Complexo Macapá Criança, no Bairro Pedrinhas, na zona sul de capital. No caso mais recente, quatro jovens teriam estuprado um menino de 12 anos. A Prefeitura Municipal de Macapá (PMM) é responsável pela administração do local.

De acordo com o delegado Paulo Reyner, da Delegacia Especializada em Atos Infracionais (Deiai), no dia 23 de novembro uma assistente social informou que um menor possivelmente teria sido vítima de abuso sexual na noite do dia 21.

Delegado Paulo Reyner Mousinho (Deiai); caso foi informado por assistente Fotos: Rodrigo Indinho

O jovem foi encaminhado para exame na Polícia Técnico-Científica (Politec), onde foi constatado o ato libidinoso e as investigações iniciaram.

“Constatamos através de depoimentos testemunhais e vídeos que o menor foi abusado por outros menores no abrigo, o que já era uma prática comum contra ele. Tivemos também relatos de outros menores que também teriam sido abusados nas dependências do abrigo”, comentou.

Polícia Civil apura outras denúncias

O delegado conta que medidas para coibir as ações não foram tomadas pela direção do abrigo.

“Isso era levado com uma certa permissividade pela direção do abrigo. As imagens gravadas por câmeras de monitoramento comprovam beijos, toques íntimos e masturbação. Isso era visto e parece que não era tomada nenhuma providência”, acrescentou.

No dia do ato infracional, os abrigados foram recolhidos mais cedo, revela o delegado.

“Foi constatado na investigação que um educador social que é responsável por manter a integridade física, psicológica e sexual dos abrigados, ao invés de monitorar a conduta dos menores, estava assistindo uma partida de futebol televisionada”, informou.

O educador e os guardas municipais podem ser responsabilizados.

“É importante dizer que quem tem o dever de impedir que esse resultado aconteça responde pelo crime que foi cometido. Se caso ficar comprovado omissão dolosa ou culposa na vigilância desses menores, esse educador junto com os guardas municipais que tem acesso ao sistema de vídeo podem ser responsabilizados pelo crime de estupro de vulnerável”, finalizou o delegado da Deiai.

A Deiai continuará a investigação e pode responsabilizar monitores

O portal SelesNafes.com esteve no abrigo para ouvir a direção. Mas foi informado na recepção para entrar em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Assistência Social e do Trabalho (Semast). Porém, até esta publicação, a pasta não se posicionou sobre o caso. A reportagem apenas foi informada por um guarda municipal que atualmente a casa conta com 14 abrigados.

Os suspeitos de praticar o ato infracional são quatro menores de 15 e 16 anos, três deles foram apreendidos e encaminhados ao Centro de Internação Provisória (CIP) e outro está foragido. A Polícia Civil continuará as investigações.

Seles Nafes
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